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Lições para reduzir o inevitável estresse oxidativo

O estresse oxidativo é inerente à vida. Vivemos porque existe oxigênio na atmosfera, então vamos vivendo e oxidando. Trata-se de um processo natural, assim como mergulhar no mar e sair molhado. Com o passar do tempo, secamos. É dessa maneira que o biólogo e bioquímico espanhol Rafael Franco, professor da Universidade de Barcelona, explica o estresse oxidativo em artigo para o site The Conversation, reproduzido pela BBC.

Prosseguindo com a metáfora do banho de mar, Franco afirma que o tempo que você leva para secar depende “se está sol ou nublado, se é inverno ou verão e se você usa uma toalha para se secar ou fica debaixo do guarda-sol. Mas você vai acabar se secando.”

O que podemos fazer é controlar o excesso de elementos nocivos nesse processo, mantendo distância daquilo que produz danos. O processo oxidativo, explica o biólogo, decorre da produção de compostos que não são úteis à vida, como radicais livres e água oxigenada. Se essa produção é excessiva, afeta as membranas das células, que se rompem, levando as células a morrer e causando doenças.

Nunca o ser humano viveu tanto como hoje em dia, lembra o professor, e por isso mesmo é preciso encontrar maneiras de prolongar a vida útil dos processos de desintoxicação. Para reduzir ou controlar o estresse oxidativo, a saída é adotar um estilo de vida saudável. Isso porque, quando envelhecemos, nossos mecanismos de controle do estresse oxidativo vão deixando de funcionar bem.

 

‘É IMPORTANTE CAMINHAR, PRATICAR ESPORTES, EXERCITAR O CÉREBRO’

Para entendermos esses mecanismos de controle, Franco sugere pensarmos numa balança: “Ao mesmo tempo que produzimos substâncias de estresse oxidativo (por exemplo, radicais livres), ativamos controladores específicos ou produzimos substâncias (redutoras) que inativam as substâncias nocivas. Se o sistema deixar de ser lubrificado, como acontece na velhice, a balança pende para a produção de substâncias pró-oxidantes.”

O sedentarismo, naturalmente, tem um efeito negativo sobre esse processo. O biólogo ensina: “É importante caminhar, praticar esportes, exercitar o cérebro, etc. para desacelerar a oxidação e, com ela, o estresse oxidativo e a perda da homeostase” – termo que se refere à tendência de estabilidade em nosso organismo.

É inevitável que o envelhecimento afete nossos processos orgânicos, analisa o especialista. Se não cuidamos, o estresse oxidativo é maior e mais prejudicial. “Para estar em forma”, diz Franco, “é necessário fazer exercícios e, da mesma forma, encontrar uma maneira de estar preparado e manter lubrificados os mecanismos inatos de desintoxicação dos produtos derivados do estresse oxidativo.”

Ele alerta: “Por enquanto, algumas diretrizes sugeridas pelos cientistas, como a inclusão de antioxidantes na dieta, não estão dando os resultados desejados.” Por isso é importante ter hábitos saudáveis, enfatiza, sugerindo medidas tão simples quanto tomar sol para produzir vitamina D e comer cenoura para ter vitamina A.

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