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Missões espaciais cada vez mais focadas em Marte

Num intervalo de onze dias, em fins do mês passado, três lançamentos espaciais foram realizados com o objetivo de investigar Marte. Primeiro, os Emirados Árabes enviaram uma sonda. Depois, a China deu início a sua primeira missão ao planeta vermelho. Mas foi a terceira nave, lançada pelos Estados Unidos, que seguiu com equipamentos mais sofisticados e uma meta mais ambiciosa e específica: detectar sinais de que já houve vida em Marte. Outra característica inovadora da missão americana é a realização de pesquisas para uma futura exploração humana do planeta.

Em mais uma amostra de que a corrida espacial está cada vez mais focada em Marte, a Space X de Elon Musk testou com sucesso, semana passada, um protótipo não tripulado de seu veículo SpaceShip. Com isso, abriu caminho para a almejada construção de uma nave capaz de transportar passageiros para a Lua e Marte. Logo após o teste, em que o veículo atingiu a altitude de 150 metros, no Texas, Musk tuitou: “Marte está parecendo real.”

A Nasa (agência espacial americana) nunca esteve tão bem equipada para investigar vida no planeta vermelho. Perseverance, seu robô explorador, está sendo direcionado diretamente para Jezero, uma cratera de 40 quilômetros de diâmetro e 500 metros de profundidade onde houve um lago há bilhões de anos, conforme indicam imagens de satélite. O robô tentará coletar pedras que poderiam conter material orgânico.

Perseverance tem seis rodas e o tamanho de um carro médio. Também dispõe de um instrumento que tentará produzir oxigênio a partir do dióxido de carbono que domina a atmosfera de Marte, o que permitiria a presença humana no planeta. A nave carrega ainda amostras de material usado em roupas espaciais para verificar como estas se comportam no ambiente hostil local.

 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA POUSAR

Cientistas americanos consideraram boas as chances de pedras da cratera conterem indícios de atividade microbiana passada. Perseverance terá um bocado de tempo para descobrir isso. Com chegada em Marte prevista para fevereiro, o robô deverá passar dois anos explorando o planeta. Reunirá informações sobre geologia, atmosfera e condições ambientais.

Uma de suas tarefas cruciais é guardar as pedras mais interessantes que encontrar em cilindros de metal que deixará ali, sobre o solo de Marte, para serem recolhidos em outras duas missões, marcadas para 2026. Foi enviado também um pequeno helicóptero, de 1,8 quilo, que deverá fazer os primeiros voos controlados sobre o planeta, dando um passo inicial para a utilização de drones em missões futuras.

Este é também o primeiro envio a Marte de um robô dotado de inteligência artificial para analisar o terreno do planeta de modo a encontrar um lugar adequado para pousar. Também pela primeira vez, a nave dispõe de câmeras e microfones que nos permitirão ver e ouvir a aterrissagem como se estivéssemos a bordo.

Os Emirados Árabes iniciaram sua primeira missão a Marte em 19 de julho, com o lançamento, no Japão, da sonda Hope, que deverá estudar a atmosfera do planeta. Em 23 de julho, foi a vez da China, que, numa iniciativa mais ousada, enviou um robô para pousar em Marte. Em 29 de julho, foi a vez da Nasa. A proximidade das datas de lançamento não foi mera coincidência. O período marcou um alinhamento entre Marte e Terra que representa uma distância menor entre os dois planetas – 54 milhões de quilômetros. Essa proximidade só deverá voltar a acontecer em 2022. Em sessenta anos de corrida espacial, só os EUA conseguiram aterrissar veículos no planeta com sucesso.

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