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O coração espiritual – uma visão holística

Será que sabemos o que significa verdadeiramente uma visão holística, além da vaga noção de uma ideia “alternativa” de todas as conexões que nos dão forma?

Acho que posso dizer que a visão holística é a visão macro, interligada e indivisível de cada parte do todo. É a teia que está dentro e fora de nós. A doença cardíaca é a principal causa de morte por doença entre homens e mulheres, o que torna imprescindível sabermos o que significa uma visão holística do coração.

Esse órgão localizado bem no centro esquerdo do nosso peito reage, no nível celular, ao que sentimos emocional e fisicamente. Ele e a sua fisiologia estão fortemente envolvidos em quase todas as escolhas que fazemos, porém um número ínfimo de pessoas tem a real consciência disso.

Achamos que os exercícios aeróbicos da academia e a mudança alimentar dão conta de nosso coração, porém a saúde desse órgão está ligada também a cada pensamento, palavra e escolha.

A ansiedade e a depressão estão ligadas ao aumento do risco de ataque cardíaco induzido por atividade física, porém níveis altos de emoções positivas diminuem drasticamente esse risco.

Para a abordagem holística, o órgão físico é apenas uma parte da história. A outra parte diz respeito às atitudes, reações e à concepção de vida da pessoa.

Sem o desenvolvimento da neurociência e da física quântica, a revolução holística não teria acontecido, bem como a quebra definitiva do muro entre corpo e mente, que deveriam ter um único nome composto: corpo-mente.

De acordo com algumas pesquisas, os estados emocionais que mais beneficiam o coração – muito mais do que qualquer alimento ou atividade física – são:

• Empatia – capacidade de perceber a dor ou sentimento do outro, com respeito a sua verdadeira história.

• Compaixão – motivação de propagar a benevolência.

• Perdão – libertação de antigos ressentimentos e mágoas.

• Sacrifício – pôr o bem de outra pessoa acima do nosso em necessários momentos.

• Devoção – que inspira respeito a valores mais elevados.

Todos esses estados possuem relevância e consequências médicas, mas nenhum deles faz parte do vocabulário da cardiologia, o que reforçaria muito o valor curativo do amor.

Paula Gribel é médica chinesa, fisioterapeuta, naturóloga e professora de kundalini yoga e meditação.

 

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