Em meio à variada oferta de filmes e séries da Netflix, não faltam bons documentários que abordam questões ambientais, sustentabilidade e veganismo, sugere a ativista ambiental Vic Gadelha. No blog do site do leite vegetal Naveia, ela apresenta uma seleção caprichada de filmes de conteúdos diversos – leves, dramáticos, impressionantes ou inspiradores.

São documentários com mensagens importantes, imagens incríveis e respostas que buscamos, diz Vic. “Seja para estudar, para incentivar a família, para se motivar, esses filmes são como guias para nós, que buscamos viver uma vida mais ética e com menos sofrimento, lembrarmos que não estamos sozinhos e que vale a pena lutar pelo nosso propósito”, acrescenta. Seguem as indicações:

• Virunga: Mostra o Parque Nacional de Virunga, no Congo, e os desafios à proteção dos últimos gorilas-das-montanhas, que vivem ali. O parque é uma área de preservação declarada Patrimônio Mundial pela Unesco. Mesmo assim, os gorilas são ameaçados por traficantes de animais e caçadores ilegais. O documentário “é tão bom que tem 100% de aprovação dos críticos do Rotten Tomatoes”.
• David Attenborough e o nosso planeta: Aos 94 anos, o naturalista britânico, mundialmente conhecido por seus filmes sobre a natureza, traz “uma mensagem de conscientização e de ação urgente”. Se ele sempre se considerou um observador da vida selvagem, “hoje se posiciona como ativista porque entende que se não tomarmos uma atitude em relação à crise climática, logo não teremos nada para admirar”. Embora doloroso em muitos aspectos, “o filme é lindo, esperançoso e suave – no melhor estilo de Attenborough”.
• Cowspiracy – O segredo da sustentabilidade: Em tom de denúncia, o filme “revela a agropecuária como uma indústria criminosa, responsável pela maior parte do desmatamento, poluição e destruição sistemática do nosso planeta”. Também investiga “por que ONGs e entidades costumam se calar quanto a esse assunto, omitindo as consequências ambientais do consumo de carne”.
• What the Health: No rastro do sucesso de Cowspiracy, este documentário “segue o mesmo estilo de investigação e denúncia (adoro, bem direto) mas dessa vez focam mais na saúde e um pouco menos na questão ambiental”. O objetivo do filme é “mostrar como as grandes farmacêuticas, a indústria agropecuária e até o Estado (na forma do sistema de saúde) são muito mais próximos do que imaginamos e fazem um lobby para basicamente encobrir o fato de que o consumo de carne e laticínios é ruim para nós – e continuarem lucrando”. Ficou conhecido como o documentário “que as organizações de saúde não querem que você veja”.
• Dieta de gladiadores: O filme “derruba o mito de que os veganos são fracos e mostra como, na verdade, uma alimentação à base de plantas pode aumentar muito o rendimento, a performance e o desempenho físico dos atletas – e a saúde de todos nós, em geral!” Um treinador de forças militares e lutador de UFC viaja para conhecer atletas, soldados, médicos e cientistas que vivem e estudam esse estilo de vida. Ele “percebe que o que aprendeu ao longo dos anos sobre a relação entre força, carne, proteínas e músculos é, na verdade, questionável”.
• Professor Polvo: Mostra a amizade entre um mergulhador e um polvo que ele visita com frequência. “As imagens do documentário são riquíssimas e a narração do mergulhador e fundador do Sea Change Project, Craig Foster, entra para complementar com o que é essencial de ser dito. É pura poesia e é mais fascinante do que muita ficção.” Ganhou o Oscar de melhor documentário no ano passado.
• Mission Blue: Traz a história de Sylvia Earle, bióloga e pesquisadora marinha com longa carreira que inclui mais de 70 expedições e quase 7 mil horas debaixo d’água. Ela dedicou a vida a defender os oceanos, e testemunhou a degradação deles. O filme “conta a trajetória incrível de Sylvia, denuncia o que está acontecendo com a vida marinha – e nos explica de forma bem clara por que ela é tão importante para o equilíbrio de todo o planeta”.
•  Seaspiracy: Mar vermelho: Expõe a crueldade da pesca, tanto artesanal quanto industrial. “Nós precisávamos demais de uma produção como essa porque, quando falamos de proteger o meio ambiente, muitas vezes esquecemos de falar dos oceanos. Como é muito diferente e distante do habitat humano, não percebemos a importância do ecossistema marinho para a vida do planeta. Sem o mar em equilíbrio, a Terra morre. Pouca gente sabe, mas o oceano é o verdadeiro pulmão do mundo: as algas produzem mais oxigênio que todas as florestas tropicais!” Os dados são alarmantes, e a indústria pesqueira negou as práticas reveladas.
• Rompendo barreiras: Nosso planeta: Explica de forma simples o estado de saúde da Terra. Narrado por Attenborough, “mostra como o homem tirou o planeta do Holoceno – uma era relativamente estável na qual ficamos por 10 mil anos – e criou o Antropoceno, era em que nós, humanos, nos tornamos capazes de modificar o funcionamento da Terra e dominá-la com nossas ações. O resultado dessa megalomania é triste e mais triste ainda é ver os cientistas, normalmente durões e super pragmáticos, desabando em lágrimas em alguns momentos do doc.”