Os bons realizadores da antiguidade eram sutis
Maravilhosos, misteriosos e despertados
Eram profundos e não podiam ser compreendidos
E justamente por não poderem ser compreendidos
É preciso esforçar-se para ilustrá-los
Receosos como quem atravessa um rio no inverno
Cautelosos como quem teme seus vizinhos
Reservados como o hóspede
Solúveis como o gelo fundente
Genuínos como a madeira bruta
Vazios como os vales
Entorpecidos como as águas turvas
O turvo, através da quietude, torna-se gradualmente límpido
O quieto, através do movimento, torna-se gradualmente criativo
Aquele que resguarda este Caminho não tem desejo de se enaltecer
E justamente por não se enaltecer, mesmo envelhecido, pode voltar a criar
Capítulo 15 de Tao Te Ching – O livro do caminho e da virtude, de Lao Tse, em tradução do mestre Wu Jyn Cherng, da Sociedade Taoísta do Brasil. O R.evolution Club está publicando semanalmente cada um dos 81 capítulos em versos que compõem esta que é uma das obras mais importantes da literatura chinesa.