Com a autoridade de empresa de comunicações de marketing que atua em noventa mercados no mundo, a Wunderman Thompson divulgou seu relatório anual em que prevê as principais tendências e mudanças para o ano em dez setores. O extenso relatório pode ser definido como uma visão otimista do futuro, e seu teor pode ser resumido nos seguintes itens:

• Cultura: Marcas estão projetando um cenário progressivo e positivo para 2022, incentivando jovialidade e criatividade. As tendências incluem ainda: construção de metaverso, microflorestas urbanas, cultura coreana, fusão de espaços físicos e virtuais, atletas femininas desafiando normas culturais nos esportes, mídia social interativa, desejo de intimidade (após dois anos de pandemia) e meta-sociedades (leia-se metaverso).
• Tecnologia e inovação: Tecnólogos estão abrindo portais digitais para uma nova dimensão virtual que oferece interações pessoais mais íntimas e mais próximas da realidade. Entre as novidades: áudio 3D, crescimento de superaplicativos, experiências com menos emissão de carbono, redes sociais com postagens limitadas, avatares mais parecidos com seres humanos, tecnologias para redução de emissão de carbono, investimentos em teletransporte virtual e criptoeconomia.
• Viagem e hospitalidade: As tendências do setor incluem: viagens para experiências de meditação, microaventuras (perto de casa), viagens virtuais, retiros para experiências psicodélicas, prioridades ambientais (menos emissão de carbono), turismo sustentável e protegido de vírus, viagens educativas e imersivas, lugares para recarregar energias, viagens por mar (com menos emissão de carbono).
• Marcas e marketing: Uma novidade é vandalismo do bem, que passa pela atitude de sequestrar espaços de anúncio e expor passos equivocados de marcas, exigindo que elas façam melhor. Também são tendências: plataformas de cocriação, superseguidores em plataformas, mundos virtuais com marcas, marcas coletivas e comunitárias (sem líderes), euforia em anúncios, marcas com práticas de regeneração (ambiental), anúncios que exploram a realização de sonhos e anúncios com realidade aumentada.
• Alimentos e bebidas: Os aficionados do bem-estar estão satisfazendo sua sede e fortalecendo seus sistemas imunológicos. As tendências incluem ainda: drinques com ingredientes locais (sustentáveis), alta culinária vegana, café de laboratório, bebidas alcoólicas carbono-zero, adoção de hábitos de moradores de zonas azuis (lugares que registram longevidade), maturação acelerada e viagens para experiências alimentares.
• Beleza: Marcas dedicadas a cuidados com a pele estão se concentrando nos benefícios de ácidos como ingredientes. Também são tendências: rótulos mais transparentes em relação a impacto ambiental, cuidados com a pele inspirados em antigos rituais indo-asiáticos, o fim da beleza normal, cosméticos virtuais (metabeleza), embalagens mais práticas e adaptativas, microdoses de produtos para a pele, tratamentos e produtos de cabelo inclusivos e robôs manicures.
• Varejo e comércio: lojas-conceito digitais estão ocupando as vitrines do e-comércio. E mais: roupas de marca para avatares, plataformas para mensagens privadas, roupas de gênero neutro, roupas inclusivas (para deficientes físicos), lojas de departamento reformatadas, lojas virtuais idênticas às lojas físicas, lojas físicas de Big Techs, marketplaces de NFT, lojas com design retrô e nostálgico.
• Luxo: Marcas de luxo – de moda a automóveis – estão investindo em equipamentos de áudio, de modo a tornar mais luxuosa a experiência auditiva. Outras tendências são: hotéis que oferecem tratamentos de spa, luxo austero, spas para longas permanências com fins de recuperação, marcas de luxo instaladas em subúrbios e produtos focados em bem-estar emocional e físico.
• Saúde: Zonas para recarregar as emoções estão surgindo em espaços públicos do mundo inteiro. E tem mais: videogames terapêuticos, startups dedicadas à fertilidade masculina, conselhos de saúde mental no TikTok, marcas dedicadas à saúde metabólica, farmácias de saúde mental (oferecem medicamentos e terapias), plataformas de áudio e tecnologias de som para relaxamento e restauração mental (audio healing), pesquisas para tratamentos com anticorpos e limitação de jogos online e aplicativos para crianças, com objetivos de saúde mental.
• Trabalho: Empresas estão contratando a força de trabalho do metaverso, que vai de designers de material virtual a pessoas criativas de uma maneira geral. Outras novidades são: áreas públicas dedicadas à saúde mental, metatrabalho (teletransporte, hologramas e avatares), cargo de diretor de impacto ou CIO (chief impact officer), empresas que oferecem aos funcionários espaços externos de bem-estar (horta, observação de pássaros, criação de abelhas), organizações autônomas descentralizadas, microempreendedores (muitos deixaram empregos em grandes empresas), espaços de trabalho otimizados para mulheres, contratação de pessoas da geração Z e economia nômade (para as necessidades dos nômades digitais).