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Por dentro do universo das criptomoedas

Aos 38 anos, o americano Brian Armstrong, diretor de uma carteira digital para armazenar Bitcoins, adentrou recentemente o clube dos milionários, reforçando uma tendência cada vez maior no mundo: o uso de  criptomoedas. Estrela entre elas, o Bitcoin tem motivado sentimentos contraditórios graças à sua alta volatilidade. Mas muita gente ainda procura entender: afinal, o que são as criptomoedas?

Para começar, elas são cem por cento virtuais, diferentemente do dólar, euro ou real. O Bitcoin foi a primeira a surgir, em 2009, por obra de um usuário sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto. Muitas vieram desde então. E todas elas estão sendo usadas em pagamentos de transações comerciais, desde que a outra parte aceite.

As criptomoedas também se diferenciam das moedas comuns pela descentralização, pelo anonimato e pelo custo zero da transação. Isso significa que independem totalmente de bancos ou do Estado para serem regulamentadas. O que faz oscilar seus valores é a economia que as sustenta.

Como não há interferência de uma autoridade central para impor taxas, o custo das transações é zero, um grande diferencial. As criptomoedas se tornaram uma alternativa sobretudo às transações internacionais, que costumam envolver taxas mais elevadas.

Outra vantagem é a garantia de anonimato dos usuários. Por outro lado, essa liberdade poderia facilitar o acesso de pessoas envolvidas em atividades ilegais, como tráfico de drogas.

 

VALORES OSCILAM ATÉ 20% EM UM DIA

A única centralização das criptomoedas é o sistema Blockchain, ou cadeia de blocos, em tradução livre. É nele que são contabilizadas as transações realizadas com esse tipo de moeda. Com uma complexa tecnologia de dados, os registros são armazenados por usuários no mundo inteiro, permitindo rápido acesso a verificação pública. Em tese, o método dificulta a ação de hackers e dá confiabilidade às transações.

A criação do Bitcoin e de seu respectivo código permite a emissão de 21 milhões de moedas. Isso porque a moeda é limitada, o que acarreta suas grandes oscilações, também provocadas pela procura. O valor pode subir ou descer até 20% em apenas um dia. De acordo com o Nubank, a estimativa é de que foram emitidos 18 milhões de Bitcoins até 2019.

Os Bitcoins de cada usuário ficam armazenados numa carteira digital, onde são feitas as transações e o acesso às moedas. E, assim como o dólar e o real, o valor do Bitcoin varia diariamente, conforme a oferta e a procura. Quanto mais gente adquire a moeda, mais ela vale. A grande demanda também se explica pelo surgimento de corretoras de Bitcoins, pela popularização das carteiras digitais e pelo próprio sucesso da criptomoeda.

 

BASES FORAM CRIADAS POR CYBERPUNKS

Criada para substituir o Bitcoin, o Bitcoin Cash (BCH) tentou reduzir o tempo das transações, que pode chegar a um dia. Não chegou a substituir o Bitcoin, mas se tornou mais uma opção. Já a Ethereum (ETH) está entre as mais valiosas criptomoedas, embora ainda fique atrás do Bitcoin e do Birtcoin Cash.

Entre outras milhares de criptomoedas, segundo o IG Economia, há o Riplle (XRP), criado pela organização Opencoin. Já a Litecoin (LCT), inspirada no Bitcoin, difere pela leveza de seu processamento, por meio de hardwares mais modestos. E a garantia de privacidade é o maior atrativo da Zcash (ZEC), criada em 2016, após falhas de anonimato apresentadas pelo Bitcoin.

As bases das criptomoedas foram criadas a partir de 1980 por entusiastas da criptografia liderados pelo cientista de computação americano David Chaum. Eles eram chamados de cyberpunks ou punks virtuais. As propostas do grupo estão no Manifesto Cyberpunk, publicado em 1993 pelo matemático e programador americano Eric Hughes, um dos fundadores do movimento.

A segurança das criptomoedas em geral está na criptografia, a camada de segurança online que ajuda a dificultar fraudes. Já houve, contudo, roubos de carteiras digitais ou de corretoras de Bitcoins. Em 2019, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo perdeu US$ 40,7 milhões em Bitcoins devido à ação de hackers.

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