As variedades mais populares de chá, incluindo chá preto, chá verde, chá Oolong, chá branco e chai, vêm todas das folhas do arbusto perene Camellia sinensis, também conhecido como a árvore do chá. Apesar do imenso significado cultural e econômico do chá, relativamente pouco se sabe sobre o arbusto. No entanto, o primeiro esboço do genoma da árvore do chá, publicado em 1 de maio na revista Molecular Plant pode ajudar a explicar por que as folhas de chá são tão ricas em antioxidantes e cafeína.
O gênero Camellia contém mais de 100 espécies -mas apenas duas variedades principais (C. sinensis. Var. Assamica e C. sinensis var. Sinensis) são cultivados comercialmente para fazer chá.
Estudos anteriores sugeriram que o chá deve muito de seu sabor a um grupo de antioxidantes chamados flavonoides, moléculas que ajudam as plantas a sobreviver na natureza. Um, um flavonoide de sabor amargo chamado catequina está particularmente associado ao sabor do chá. Os níveis de catequina e outros flavonoides variam entre as espécies de Camélia, assim como a cafeína. Os cientistas responsáveis pelo estudo descobriram que as folhas de C. sinensis não apenas contêm altos níveis de catequinas, cafeína e flavonóides, mas também possuem múltiplas cópias dos genes que produzem cafeína e flavonóides.
A cafeína e os flavonoides, como as catequinas, não são proteínas (e, portanto, não são codificadas diretamente no genoma), mas as proteínas geneticamente codificadas nas folhas de chá as fabricam. Todas as espécies de Camelia têm genes para as vias produtoras de cafeína e flavonóides, mas cada espécie expressa esses genes em diferentes níveis. Essa variação pode explicar porque as folhas de C. sinensis são adequadas para fazer chá, enquanto outras folhas da espécie Camellia não são.
Por um lado, o genoma da árvore do chá acabou por ser muito maior do que o inicialmente esperado. Com 3,02 bilhões de pares de bases de comprimento, o genoma da árvore do chá é mais de quatro vezes o tamanho do genoma da planta do café e muito maior do que a maioria das espécies de plantas sequenciadas. Para complicar ainda mais a situação, muitos desses genes são duplicados ou quase duplicados.
A ideia é checar a variação do número de cópias genéticas para ver como elas afetam as propriedades do chá, principalmente o sabor. O objetivo final do estudo é obter um mapa completo da variação genética da árvore do chá e responder como ela foi domesticada, cultivada e dispersa em diferentes continentes.