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Psicologia positiva: caminho para uma vida mais feliz

Quatorze de março de 2020. Eu não imaginava que naquele dia um novo mundo estaria se abrindo para mim. Coincidentemente – ou não – a pandemia do novo coronavírus começava a se espalhar pelo Brasil e acabara de ser decretado o isolamento social no Rio de Janeiro. Eu iniciava ali uma nova jornada, um mergulho no universo da psicologia, que há tempos adiava. Minha porta de entrada para esse mundo veio por meio de uma formação em psicologia positiva.

A psicologia positiva investiga as qualidades das pessoas e ajuda a promover seu funcionamento positivo. É uma ciência voltada para identificar e compreender as qualidades e virtudes do ser humano e auxiliar na construção de uma vida mais feliz.

O americano Martin Seligman, considerado o pai da psicologia positiva, deixa claro que não se trata de diminuir a importância da psicologia tradicional, mas apenas equilibrar um pouco a balança. É focar no positivo sem minimizar emoções e afetos negativos, mas encontrando meios de aumentar a frequência e intensidade das emoções positivas.

 

BEM-ESTAR E SAÚDE MENTAL

Sou jornalista há mais de vinte anos, mas sempre fui uma “psicóloga” frustrada, aquela que sempre ouviu e apoiou os amigos. Nunca tinha me aventurado a estudar. No primeiro dia de aula – a única presencial, depois disso o curso seguiu on-line – entrei em sala sem ter ideia do que de fato iria aprender.

Desde então, minha vida tem mudado a cada dia. Tenho aproveitado a quarentena para me aprofundar nos estudos e passei a enxergar a vida com outros olhos. Troquei o não pelo sim, e isso tem sido transformador. Entendi que os momentos de crise e dificuldade servem como gatilho para o crescimento e o autoconhecimento. Aprendi na prática o sentido maior da resiliência e tenho vivido com mais leveza, positividade e qualidade de vida.

Em tempos de medo da Covid-19, Gustavo Arns, professor de pós-graduação em psicologia positiva da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), falou à Folha de S.Paulo sobre a tristeza e sobre como não deixar que ela nos paralise. “É claro que vai trazer tristeza a situação externa, mas posso usar essa tristeza como motor, como combustível para agir”, disse ele.

 

CONCEITO DE FELICIDADE

Arns apresenta abordagens propostas pelo psicólogo Tal Ben-Shahar, professor de Harvard, para manter a saúde mental e alcançar uma vida mais feliz. Utiliza o modelo Spire (sigla para Spiritual, Physical, Intellectual, Relational, Emotional), em que o conceito de felicidade é uma combinação de bem-estar físico, emocional, intelectual, relacional e espiritual.

“É a combinação desses cinco elementos que nos leva a uma vida mais feliz. Isso é bastante interessante porque quebra o conceito abstrato de felicidade, em que eu não sei bem o que é e não sei bem como chegar lá, para uma possibilidade mais palpável”, explica ele.

Para entender melhor esse conceito e aplicá-lo ao dia a dia, sugiro a leitura de dois livros de Seligman, Florescer e Felicidade autêntica (ambos pela Objetiva), bem como assistir aos webinários de Henrique Bueno, especialista em transição de vida ou de carreira e felicidade. Bueno é fundador do Wholebeing Institute do Brasil, que oferece cursos na área.

Fernanda Menezes Côrtes, jornalista e estudante de psicologia positiva.

 

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