A intenção de oferecer um assistente virtual para tarefas domésticas já havia levado a Amazon a lançar o dispositivo Alexa. Recentemente, a empresa apresentou o robô doméstico Astro, que cumpre as mesmas funções e ainda outras. É quase como se Alexa virasse um pet com rodas para circular pela casa, monitorando-a. Ele poderia avisar ao morador que uma janela não foi trancada ou que a torneira está aberta. Especialistas alertaram, porém, que o robô pode não ser bem o que promete a empresa e ofereceria riscos.
Astro tem mesmo o tamanho de um cachorrinho – sua altura não chega ao joelho. Mas pode se mover a até 3,2 quilômetros por hora. Sua cara retangular – com dois olhinhos que parecem desenho de criança – lembra um tablet. É, na verdade, uma tela de dez polegadas que pode ser usada para a transmissão de mensagens, para videochamadas e para assistir a um filme.
Segundo a Amazon, o robô tem “sua própria personalidade, move-se com o cliente pela casa durante chamadas de vídeo e muito mais”.
Astro tem uma entrada de USB-C que lhe permite carregar o celular e outros aparelhos. Vem também com um porta-copos para que possa servir uma bebida. Seus inúmeros sensores embutidos o fazem andar pela casa, desviando-se de obstáculos. E sua câmera é capaz de identificar rostos conhecidos.
Assim como Alexa, Astro responde a perguntas sobre o clima, toca música e dá notícias. Em tese, poderia também patrulhar a casa quando os donos estão fora e avisá-los sobre incidentes – em tempo real. A Amazon espera ainda que ele seja capaz de fazer companhia a idosos.
EMPRESA REBATE CRÍTICAS AO PRODUTO
Astro pode seguir o dono pela casa, mas você também pode determinar os lugares a que ele tem acesso. Por hora, o robozinho está sendo vendido apenas nos Estados Unidos, a US$ 999.
Críticos disseram que Astro pode se tornar, na verdade, um pequeno espião, coletando e analisando o máximo possível de informações pessoais. Sua função de segurança estaria ligada a uma rede de vigilância informal para departamentos de polícia dos Estados Unidos. Potencialmente, seria um produto invasivo.
Segundo o jornal britânico Independent, profissionais envolvidos no desenvolvimento do produto consideraram provável que Astro esbarre nas pessoas e que um defeito qualquer o leve a despencar do alto de uma escada. Além disso, seu sistema de reconhecimento de pessoas não seria confiável, o que o tornaria incapaz de exercer funções de segurança.
As informações de que o robô teria um funcionamento inadequado foram reforçadas por documentos do projeto vazados. A Amazon disse, porém, que os textos não se referem ao estágio final do desenvolvimento do robô.
O produto, afirmou a empresa, passou por testes rigorosos de qualidade e segurança, que consumiram milhares de horas. “Isso inclui testes abrangentes no sistema avançado de segurança do Astro, que é projetado para evitar objetos, detectar escadas e parar o dispositivo onde e quando necessário”, declarou a Amazon.