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Tadashi ganha popularidade com meditação no Instagram

“Vamos ser feliz?” A simplicidade do convite do terapeuta transpessoal Harry Tadashi Kadamoto, cada vez que ele inicia um vídeo no Instagram, é certamente um dos motivos de sua popularidade, ampliada pela rede social nesses tempos de pandemia. Mensagens de fácil compreensão costumam abrir os encontros virtuais de meditação, que chegam a atrair mais de 50 mil participantes e acontecem duas vezes por dia, às 6h da manhã e às 20h. Tadashi virou uma unanimidade na arte de amenizar as dores da existência e ajudar pessoas a se encontrarem com si mesmas.

A pandemia provocou uma verdadeira tempestade no Instituto Tadashi Kadomoto, criado por ele em 2001. Antes de ter sido decretado o isolamento, mais de vinte profissionais, entre psicólogos e terapeutas, e ainda 14 colaboradores trabalhavam na sede, em Campinas (SP), e na filial, em São Paulo. Toda a atividade era presencial, fosse em encontros de imersão, durante um dia inteiro, ou em temporadas de até seis dias, em hotéis. “Foi uma ruptura grande”, lembra ele, contando sua angústia em torno do trabalho no instituto, diante da situação de crise.

Em meio à tormenta, Tadashi, Carla e os filhos Rafael, de 25 anos, já terapeuta, e a filha de 22, que atua no setor administrativo, sentaram-se para meditar. Dali veio a decisão de continuar ajudando as pessoas por meio de uma meditação em canal virtual. A procura explosiva os surpreendeu, superando em muito as mais de 100 mil pessoas que já haviam passado pelo instituto. Os encontros ganharam mais um horário, e foi criado um curso de meditação para quem quer se aprofundar na técnica.

Embora haja pedidos para que as lives sejam gravadas, Tadashi tem lá suas razões para discordar. “Acreditamos na força da Egrégora, no poder de mais de 50 mil pessoas vibrando juntas, por isso não gravamos”, explica. Egrégora vem a ser a força espiritual criada pela soma de energias mentais e espirituais.

POR TRÁS DA TEORIA, UM HOMEM AMOROSO

Aos 63 anos, Tadashi é neto de japoneses. Seus pais viveram numa colônia japonesa em São Paulo, onde ele passou os primeiros cinco anos de sua vida. Mais tarde, teve uma formação em processamento de língua natural, uma sub área de ciência da computação, inteligência artificial e linguística que estuda a geração e compreensão de línguas naturais. Ele é treinador da técnica, pela Universidade da Califórnia.

A base que o ancora inclui especialização em hipnose; formação em renascimento e terapia de vidas passadas; e uso de técnicas de xamanismo e física quântica. Por trás dessa bagagem teórica, contudo, existe um homem amoroso de traços e nome orientais, que costuma ser visto de camiseta e moletom. O sorriso permanente aperta ainda mais os olhinhos repuxados.

Além das lives, Tadashi disponibiliza vídeos em sua página no YouTube e é autor de livros com títulos sugestivos como Ninguém tropeça em montanha, Da razão ao coração e O mestre do impossível, todos pela editora Gente.

Semana passada, ao som de uma música relaxante, ele começou uma de suas lives explicando o que é o amor incondicional. Contextualizou o conceito a partir de uma experiência própria, vivida 18 dias após o nascimento da filha, Julia. Dois médicos discordavam entre si da necessidade de o bebê voltar ao hospital para uma cirurgia difícil, até que ele resolveu seguir uma terceira opinião e a cirurgia foi realizada. Sem nenhuma certeza de cura, Tadashi só pensava, “Eu estou aqui”, independentemente do que pudesse acontecer. Essa sua postura é o que ele chama de amor incondicional. Hoje Julia está bem.

“A meditação leva à evolução psicológica, emocional e espiritual. Ela, só, não resolve, embora seja um bom caminho”, propôs o mestre, convidando seus seguidores a refletir sobre a maior experiência de amor incondicional vivida por eles. Ao fim da meditação, mãos postas em posição de oração, o humilde desfecho: “Gratidão.”

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