Popularizar uma programação holística de saúde, com terapia de grupo, acupuntura, mindfulness, massagem e exercícios funcionais ajuda pacientes com dor crônica a não fazer uso indevido de opioides.
Um estudo da Universidade da California San Francisco publicado recentemente pelo Journal of General Internal Medicine monitorou o impacto de um programa multimodal para pacientes de baixa renda em uma clínica na cidade.
Os opioides oferecem perigos potenciais para a saúde física e mental, mas são prescritos amplamente para pacientes com dor moderada a severa. O programa, voltado para pacientes em situações vulneráveis, oferecia tratamentos não farmacológicos que poderiam reduzir seu nível de dor e estabilizar o uso de drogas prescritas. Para tanto, o estudo comparou 41 participantes que usaram medicamentos prescritos, como hidrocodona, oxicodona e metadona, por pelo menos três meses, com outros 20 participantes em potencial que manifestaram interesse no programa.
Os pesquisadores descobriram uma queda de 12% na intensidade da dor nos participantes do estudo, e nenhuma mudança na dor entre o grupo de comparação.
Opioides com prescrição médica causam dependência
A melhoria mais notável foi na capacidade dos pacientes gerenciarem a dor sem afetar sua rotina. O tratamentos alternativos substituíram a necessidade constante dos opioides e auxiliaram os pacientes a desenvolver resiliência, eliminando portanto o risco de intoxicação e dependência química.
Após a conclusão do programa de três meses os pacientes continuaram a ter acesso a grupos semanais que ofereciam os mesmos serviços. Foi verificado que uso de opioides prescritos permaneceu consistente e diminuiu ligeiramente três meses depois.
Programas como esse ampliam as opções de tratamento para o manejo seguro da dor. Profissionais de saúde podem recorrer a alternativas para além da alopatia, e pacientes são estimulados a levar uma vida mais saudável. Além disso, propostas como essa podem reduzir significativamente as mortes por abuso e dependência de drogas prescritas.
As características dos 41 participantes incluíram deficiência (76%), acomodação instável, transitória ou de locação de apartamento (46%) e transtorno de estresse pós-traumático (37%). Todos os 41 tinham uma renda anual baixa. Fora isso, muitos relataram riscos de “uso problemático de substâncias” que causavam problemas de saúde, financeiros, legais ou sociais.
Estudos como esse apontam para mudanças consistentes na forma como pacientes são tratados na medicina pública. Incorporar tratamentos alternativos capazes de fortalecer a mentalidade dos indivíduos é recorrer a uma forma eficaz de cura, com efeitos prolongados para o organismo.
