A defesa da diversidade, da igualdade e da inclusão (DII) está cada vez mais presente em empresas e organizações, mas como sair do discurso e pôr isso em prática? CEO da Justice Informed, empresa de consultoria em impacto social calcada nesses três objetivos, Xavier Ramey apresenta três passos para fazer essa transformação em sua vida pessoal e profissional.

Em artigo para o site do Institute of Food Technology, Ramey afirma que é comum supor que, ao diversificarmos nossos espaços, criamos um mundo igualitário onde todos se dão bem. Isso, na verdade, não acontece, diz o consultor. Segundo ele, é possível que as pessoas tenham algo em comum, mas elas ainda abordam as diferenças com medo, cautela e/ou desconfiança.

Para Ramey, a diversidade não resolve o problema do conflito ou da redistribuição de poder e influência. Por isso, não pode ser o objetivo final. Para avançar para a igualdade desejada, ele preconiza um nível mais profundo de envolvimento que inclua investimento adequado de tempo e recursos, tanto econômicos quanto humanos, bem como de poder e credibilidade – quem são aqueles que tomam as decisões? – de forma a tornar o debate mais franco e eficaz.

Tornar-se um líder que promove DII começa por entender e buscar responsabilidade, ensina Ramey, que atua como estrategista social e mediador de conflitos. Seus três passos para que a diversidade, a igualdade e a inclusão estejam presentes em cada aspecto de nossa vida são:

• Tenha determinação: Igualdade exige responsabilidade sobre o impacto de nossas ações ou inações sobre os outros. Em primeiro lugar, é preciso entender motivos, estabelecer intenções e assegurar que seus valores estejam alinhados. Você precisa acreditar que a igualdade é possível e que o esforço para tê-la vale a pena. Paixão, firmeza e destreza emocional são fundamentais para manter o compromisso. Nem sempre as pessoas concordam com uma direção ou um nível de urgência, o que pode dar a sensação de que elas estão constantemente atacando você ou que você não está fazendo o bastante. Mas se você estiver determinado em seus objetivos, terá confiança e perseverança para prosseguir, bem como capacidade de se comprometer quando for solicitado a responder pelo impacto de seu trabalho.
• Expanda a mente: DII é uma lente, não uma iniciativa. Para aplicar essa lente, você precisa ser fluente na linguagem de sua prática. Não há substituto para o aprendizado. Determine quanto tempo você comprometerá para expandir seu conhecimento e, então, comece a ler e assistir a vídeos. Pesquise termos que há vinte anos não existiam, como microagressão, racismo sistêmico, privilégio branco e fragilidade branca. Sua capacidade de entender a complexidade das questões de DII, de expandir sua força emocional e de permanecer responsável lhe permitirá tornar-se um líder transformador em casa, no trabalho e em sua comunidade.
• Torne isso pessoal: Um forte compromisso pessoal é necessário para direcionar as pessoas no trabalho de DII. Você não pode exigir que uma empresa ou organização mostre preocupação com DII se você não é um exemplo de compromisso pessoal com essas questões. Você é chamado a perguntar: o que o mundo precisa? Líderes em DII com frequência são solicitados a justificar a direção ou o grau de urgência que a empresa precisa assumir. Pode ser que você precise compartilhar histórias para trazer pessoas ou convidá-las a se sentar para discutir a relevância de DII. Quando a organização realmente entende e acredita em DII, e você é um modelo pessoal disso, você está em uma posição melhor para explicar por que isso é tão importante.

Para Ramey, é preciso que você próprio seja a mudança. Uma ação permanente de DII exige preparação, aprendizado contínuo e habilidades como em qualquer trabalho. É preciso formação, acreditar plenamente e desenvolver habilidades, narrativas e histórias pessoais. Assim, você poderá se tornar um líder transformador.