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Um medicamento que bloqueia estágios iniciais da Covid-19

Uma equipe internacional de cientistas encontrou um medicamento experimental que bloqueia a porta celular que o vírus Sars-CoV-2 usa para infectar seus hospedeiros. As descobertas são promissoras como um tratamento capaz de interromper a infecção precoce do novo coronavírus que já afetou mais de 981.000 pessoas em todo o mundo.

O estudo fornece novas ideias sobre os principais aspectos do Sars-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, e suas interações a nível celular, além de como o vírus pode infectar vasos sanguíneos e rins. A expectativa é que esses resultados tenham implicações diretas no desenvolvimento de um novo medicamento para o tratamento da pandemia.

 

Como o medicamento funciona

A ACE2, uma proteína na superfície da membrana celular, é o principal receptor da glicoproteína no pico da Sars-CoV-2. Em trabalhos anteriores, pesquisadores identificaram a ACE2 e descobriram que em organismos vivos, essa proteína é a principal receptora da Sars, uma doença respiratória viral reconhecida como ameaça global em 2003.

A ausência de uma terapia antiviral clinicamente comprovada ou de um tratamento direcionado especificamente ao receptor crítico da Sars-CoV-2 em nível molecular afetou diretamente a capacidade dos profissionais de saúde em combater os casos graves da Covid-19.

Esse estudo forneceu o caminho para a criação de um medicamento experimental, intitulado APN01 (enzima conversora de angiotensina solúvel recombinante humana 2 – hrsACE2), que logo será testado em ensaios clínicos como uma terapia antiviral para a Covid-19.

Esse medicamento inibiu consideravelmente a carga do novo coronavírus em estudos clínicos. Ele também reduziu a infecção por Sars-CoV-2 em tecidos humanos manipulados em laboratório (organoides).

O uso da tecnologia dos organoides permitiu à equipe testar de maneira muito ágil tratamentos que já estão sendo usados ​​para outras doenças, ou que estão perto de serem validados. Em tempos de crise, os organoides humanos aceleraram o trabalho dos pesquisadores, que não precisaram se valer de cobaias humanas para testar o medicamento.

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