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Uso intenso de tela exige cuidados com os olhos

Coceira nos olhos, vista embaçada e dor de cabeça são distúrbios que podem estar associados ao que a medicina classifica como fadiga ocular. Em tempos de pandemia, esse é um mal que se tornou mais comum: a prática do isolamento contribui para que muita gente passe mais tempo diante da tela – por vezes alternando entre celular, computador e televisão. Especialistas ouvidos pelo El País salientam que o mais importante diante de um incômodo persistente nos olhos é procurar um oftalmologista, mas dão cinco dicas de práticas que podemos adotar para manter a saúde da visão.

  • Para relaxar os músculos dentro e ao redor dos olhos, Daniel Hardiman-McCartney, consultor clínico do College of Optometrists, em Londres, recomenda a cada vinte minutos olhar para algo que esteja a seis metros de distância durante vinte segundos. Isso evitaria um excesso de trabalho dos músculos. Ele explica que quando focamos num objeto próximo, como uma tela, os músculos se contraem. O deslocamento para o trabalho ou a escola oferecia tempo para descansar os olhos, observa. Com o confinamento, isso mudou.
  • Sunir Garg, professor da Academia Americana de Oftalmologia, alerta para a importância de piscar os olhos. “As pálpebras funcionam como um limpador de para-brisa”, diz ele, porque removem a poeira e a sujeira, lavando a superfície dos olhos com o fluido lacrimal. O ato de piscar mantém a córnea úmida, o que acentua a visão. Sem essa umidade, ela ficaria seca e a visão, embaçada. Diante da tela, é comum piscar com menos frequência, ou piscar de forma incompleta. Por isso, alguns especialistas sugerem de vez em quando parar de olhar para a tela e fechar os olhos completamente.
  • A distância da tela para os olhos deve ser de pelo menos 40 centímetros, dizem os oftalmologistas, o que nem sempre é possível quando se usa notebooks. A proximidade entre olhos e tela pode sobrecarregar os músculos dos olhos, afirma Shahina Pardhan, professora da Anglia Ruskin University, no Reino Unido. Ela sugere usar um teclado externo, se possível, para evitar essa proximidade, ou ainda um monitor externo. Recomenda também posicionar a tela de lado ou de costas para a janela, de forma a reduzir o reflexo da luz do sol sobre ela. Já Badrul Hussain, cirurgião ocular do Moorfields Eye Hospital, em Londres, aconselha manter a tela no nível dos olhos, ou ligeiramente abaixo, o que pode ajudar a evitar a fadiga ocular, bem como dores nos ombros e pescoço.
  • A professora Shahina Pardhan alerta para a importância de ajustar o tamanho da fonte da letra dos textos para ter uma leitura confortável na tela. “Não é uma boa ideia trabalhar em smartphone ou tablet por longos períodos porque o texto é muito pequeno”, observa. Outra dica é ajustar o brilho da tela de acordo com o nível da luz do ambiente em que estamos. Não faz bem aos olhos ficar diante de uma tela muito brilhante dentro de uma sala escura. Letras escuras sobre fundo claro também forçam menos os olhos.
  • Intervalos regulares são essenciais para quem fica muito tempo diante da tela, afirma Mariya Moosajee, professora da University College London, em Londres. “Isso dá aos seus olhos a chance de olhar para longe e piscar”, diz ela, acrescentando que pausas curtas e frequentes são mais benéficas do que pausas mais longas e menos regulares. Se a pandemia permitir, dê uma volta ao ar livre para aliviar a pressão nos olhos, o que é especialmente recomendado a crianças. Um estudo realizado na China e no Japão indicou que o excesso de tela e a falta de atividades ao ar livre está aumentando a incidência de miopia em crianças. Já em adultos, os danos não seriam permanentes.

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