Quantas vezes ficamos indecisos em tomar alguma direção? Quantas vezes nos vemos forçados a agir, quando sentimos que ainda não estamos preparados?
Há os que seguem alguma religião e pedem para esse Deus lhe trazer as respostas.
Mas será que a resposta vem de uma entidade transcendente? Será que alguém saberá exatamente dizer sobre o que nos angustia?
Conhecido como o Livro das Mutações, I Ching em chinês, é considerado uma das mais importantes obras da literatura mundial. Utilizado como oráculo há mais de três mil anos na China, trata-se de um dos mais fascinantes mecanismos de conexões que o espírito humano conseguiu produzir.
Tendo sua origem na história antiga chinesa, que surgiu em um período anterior à dinastia Chou, datando de 1150-249 a.C é o resultado de um processo coletivo que se estendeu por dezenas de gerações, encerrando um livro de profunda sabedoria.
O conceito de sabedoria recebeu vários significados ao longo da história humana, mas de uma maneira geral podemos considerar que se trata do entendimento sobre nossa existência e a busca para o “bem-viver”.
Neste sentido, o I Ching apresenta um vasto instrumental para desenvolver a nossa própria capacidade de entendimento sobre o que é melhor para cada um de nós naquele momento. Consiste em um compilado de textos que foram escritos ao longo da história por sábios e mestres, com o intuito de esclarecer para as pessoas alguns princípios de suas próprias condutas. Por exemplo, nos faz pensar que há o momento que devemos avançar, ou o que devemos recuar.
Por meio de um ritual que utiliza o lançamento de moedas ou varetas, calcado numa pergunta que o consulente faz, mostra-se um hexagrama que se refere a um texto que lhe falará sobre a resposta que já estava dentro de você, embora você tivesse dificuldade em conseguir elaborá-la. Nos põe em contato com nosso inconsciente, nossos instintos mais elementares, sendo uma interpretação fiel de nossa condição psíquica. Nos ajuda a executar uma ação em perfeito estado com a nossa natureza e com a nossa posição na trama dos acontecimentos.
Dos pensadores ocidentais que tiveram contato com o significado deste livro, podemos citar: o cientista alemão do século 17, Gottfried Wilhelm Leibniz (1642-1727), que ao conhecer os 64 hexagramas que consiste o I Ching, se convenceu de que se tratava de uma primitiva tabela binária, um rudimento neolítico da ciência da computação; Carl Gustav Jung (1875-1961), se aproximou do Livro das Mutações e o identificou como uma maneira de explorar o inconsciente.
Para os chineses, o ser humano tem a capacidade de desenvolver suas próprias potencialidades e tomar o seu lugar no Cosmo e na história de seu tempo. O Livro das Mutações é sem dúvida um excelente exercício.