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Um kit reconstrutor de DNA para substituir antibióticos

Os anticorpos são uma parte natural e importante do nosso sistema imunológico. Eles nos protegem contra intrusos no corpo, como vírus ou bactérias.

Nos últimos dois anos, os cientistas têm desenvolvido anticorpos em laboratório para serem usados ​​como tratamento para doenças infecciosas e câncer. A maioria das terapias imunológicas, por exemplo, usa anticorpos. No entanto, sua produção requer biorreatores industriais que contém dezenas de milhares de litros de material. É um processo complicado e caro, e os medicamentos resultantes são extremamente custosos.

E se, ao invés de tomarmos antibióticos a cada infecção, nós produzíssemos novos anticorpos a partir da injeção de blocos de construção do DNA? Esta seria uma abordagem muito mais barata e mais eficiente do que produzir anticorpos industrialmente e administrá-los através de medicação.

 

A pesquisa

Recentemente pesquisadores desenvolveram uma técnica que permite que o próprio corpo produza anticorpos específicos a partir da injeção de DNA.

Ao permitir que o corpo controle esse processo, essa alternativa ao processo industrial atual pode reduzir drasticamente o preço da terapia com anticorpos. Além disso, o efeito da injeção de DNA dura mais tempo, o que significa que os pacientes precisariam de menos tratamentos. Como resultado, a nova técnica pode aumentar o acesso a medicamentos caros para anticorpos.

Isso acontece porque, assim como outras proteínas, cada anticorpo tem um código de DNA único, com blocos de construção e instruções. Para obter essas informações no corpo, colocamos o código desejado em um plasmídeo especialmente desenvolvido, que é uma cadeia circular de DNA. O plasmídeo funciona como um veículo para o código do DNA.

 

O futuro do tratamento imunológico

Os pesquisadores injetam esse kit de construção nos músculos, seguidos de alguns pequenos choques elétricos, comparáveis ​​a uma série de picadas de agulha. Os choques garantem que as células musculares possam absorver o DNA. Em seguida, as células usam as instruções do código para produzir anticorpos e enviá-los ao sangue, de onde podem executar seu efeito terapêutico. Exames posteriores demonstraram que os anticorpos produzidos estavam presentes em níveis que indicam que poderiam ser usados ​​como medicação. Além disso, os anticorpos podem ser detectados no sangue até quase um ano após a injeção.

O laboratório agora está trabalhando com diferentes grupos de pesquisa e empresas para melhorar a técnica. Um dos grandes desafios é selecionar os anticorpos mais adequados.

A princípio, podemos injetar o código de DNA de qualquer anticorpo, mas a pesquisa se concentra em doenças nas quais essa abordagem pode ajudar melhor os pacientes. Atualmente, o foco é principalmente tratamentos contra o câncer, que requer terapia imunológica. Também é possível que doenças infecciosas como HIV e gripe, e doenças neurológicas como a doença de Alzheimer, sejam tratadas da mesma forma. Mesmo que ainda existam obstáculos no caminho para usar esse tratamento em humanos, a linha de chegada nunca esteve tão perto.

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