A cor pode ser um bom indicador da qualidade de um alimento. Nutricionistas costumam recomendar cores variadas no prato como uma forma de garantir a ingestão de diferentes vitaminas e sais minerais. Um estudo realizado por cientistas do Departamento de Engenharia Alimentar da Universidade de Hacettepe, na Turquia, mostrou que a capacidade antioxidante de frutas, legumes e verduras pode ser associada à cor desses alimentos.
Divulgado na plataforma ScienceDirect, o estudo se valeu de imagens analisadas por computador. Com base nos resultados, frutas, legumes e verduras foram classificados como tendo baixo, médio ou alto poder antioxidante. Foram examinadas 28 variedades de frutas e 32 de legumes e verduras.
Um dos objetivos da pesquisa foi fornecer a médicos informações que possam ajudá-los a orientar consumidores sobre escolhas adequadas para a dieta com base na cor dos alimentos. Os antioxidantes são substâncias capazes de proteger as células sadias do organismo, prevenindo doenças e retardando o envelhecimento.
As cores refletem a presença de diferentes componentes pigmentados nos alimentos. Na maioria das verduras, o verde provém da clorofila. O laranja e o amarelo, em geral, são resultado da ação dos carotenoides. Já o azul, o roxo e o vermelho estão relacionados às antocianinas, de alto poder antioxidante.
O estudo encontrou maior poder antioxidante em alimentos como repolho roxo, uva preta e nas chamadas frutas vermelhas, em especial cereja, mirtilo (blueberry) e groselha. E ainda no morango, na maçã e na pimenta vermelha. Porém, apesar de terem cores semelhantes, a melancia, a toronja (grapefruit), o tomate, o figo, a ameixa e a cebola roxa apresentaram baixo poder oxidante.
MAIS LEGUMES DO QUE FRUTAS NO PRATO
Os cientistas associaram o menor poder antioxidante desses alimentos vermelhos e roxos à grande concentração de carotenoides, que têm baixo poder antioxidante. Outra possível explicação seria a de que em alimentos como figo, ameixa, berinjela e cebola roxa as antocianinas estariam concentradas na casca, ou seja, a cor externa seria diferente da cor interna.
As frutas, legumes e verduras de cores laranja, amarelo e verde mostraram ter poder antioxidante relativamente menor. Aqui, as exceções, ou seja, aqueles que mostraram ter mais poder antioxidante, são: maçã verde e verduras como salsinha, espinafre, agrião, rúcula e hortelã. Os pesquisadores destacaram que os resultados podem estar associados também à região da Turquia onde os alimentos analisados foram cultivados.
Os estudiosos enfatizaram ainda que o tamanho da porção dos alimentos no prato é importante para preencher as necessidades diárias de ingestão de antioxidantes. Para um cenário mais saudável, eles sugeriram dobrar o consumo de legumes e verduras e reduzir à metade a porção de frutas, que contêm mais açúcar e calorias.
Os cientistas lembraram que o MyPlate – guia do Departamento de Agricultura dos EUA para a adoção de uma alimentação saudável – recomenda que metade do prato seja composto por frutas, legumes e verduras. Mas incentivaram as pessoas a comer mais legumes e verduras do que frutas.
As quatro recomendações básicas do MyPlate são: focar em variedade, quantidade e nutrição na hora de escolher o que comer; optar por alimentos e bebidas com menos gordura saturada, sal e açúcar; começar com pequenas mudanças para desenvolver hábitos alimentares mais saudáveis; e apoiar uma alimentação mais saudável para todos.
