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Ítalo Ferreira: das marolas ao êxito olímpico

Nascido e criado em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, Ítalo Ferreira tem o costume de citar amigos ao falar de sua trajetória. E são eles que, em grande parte, contam sua história em A curiosa história de Ítalo Ferreira, documentário dirigido por Luiza de Moraes e disponível gratuitamente na plataforma RedBullTV.

Da infância humilde surfando em tampa de isopor até as ondas que lhe deram este ano o título de campeão olímpico pelo Brasil, a trajetória do surfista é narrada por Marcelo Buxexa, seu braço direito. “Ítalo sempre quer que os amigos estejam com ele. E passar por tudo que a gente passou e agora contar essa história é indescritível”, diz ele no filme.

Entre belas imagens de manobras do campeão sobre a prancha, Buxexa expressa orgulho. “Esse aí é Ítalo Ferreira. Ele é bem assim mesmo. Tem uma voz que grita dentro dele”, diz. “Ítalo é intenso. Acho que por isso ele e o mar se dão tão bem desse jeito”, observa. E ainda: “É um ser humano completamente aquático. Um animal marinho.”

O filme passeia pela vida simples de Baía Formosa, antiga vila de pescadores. Moradores contam momentos compartilhados com o surfista que trouxe fama para a cidade de 8 mil habitantes e expressam sua admiração por ele. “Ítalo veio do nada, mas aqui ele tinha tudo para ser quem ele é”, pontua o narrador.

 

SONHAR GRANDE: MOTIVO DE FOCO, DEDICAÇÃO E GRATIDÃO

Enquanto limpa um peixe, Luiz Ferreira conta que o pai e o avô também eram peixeiros. Já o filho Ítalo, afirma, “nunca foi quieto”. Nem bem o dia amanhecia, o menino e seus amigos já estavam surfando. Às vezes subiam em coqueiros para tirar o fruto e matar a sede.

O campeão olímpico não tem dúvida: “Ter a liberdade que as crianças têm aqui em Baía Formosa é o que faz elas serem diferentes. Minha infância foi muito bem aproveitada.”

Buxexa lembra que eles iam de porta em porta pedindo ajuda para que o surfista, ainda garoto, pudesse participar de campeonatos. Houve quem duvidasse do potencial do “maroleiro” e até debochasse. Aos 13 anos, Ítalo já competia no México. Era um menino tímido. Com o tempo veio uma sucessão de vitórias. “O surfe para Ítalo é sua maneira de falar com a natureza e o jeito dele falar com ele mesmo”, analisa Buxexa.

Por meio de sua história, Ítalo ensina que sonhar grande nunca deve ser motivo de vergonha, mas sim de foco, dedicação e gratidão. Ele diz que ainda se considera “um moleque cheio de sonhos” e recomenda: “Acredite na força dos seus sonhos.”

Enquanto se prepara para novas batalhas no mar, o surfista campeão declara: “O que me move são os desafios da vida. Vem uma força de dentro, uma vontade de vencer.”

Sophia MAC, criadora de conteúdo e podcaster.

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