O QUE VOCÊ PROCURA?

Combatendo a superexposição a alimentos ultraprocessados

Fazer escolhas saudáveis para a alimentação é uma necessidade no mundo contemporâneo. Mas, no geral, se olharmos as prateleiras dos supermercados, estamos superexpostos a produtos com alto teor de energia, gordura saturada, açúcar e sal. E resistir ao impulso de comprar esses produtos em busca de fontes baratas de energia é um desafio que, infelizmente, não faz parte da rotina alimentar da maior parte da população.

Um estudo publicado recentemente pela Northwestern Medicine relatou que 80% do consumo total de calorias dos americanos vem de alimentos e bebidas ultraprocessados. Esses números são alarmantes, pois esse tipo de comida está associado ao desenvolvimento de doenças crônicas, incluindo obesidade e doenças cardiovasculares.

E embora a pesquisa tenha se concentrado na análise do padrão de consumo americano, esses dados não são exclusividade dos Estados Unidos. No mundo todo cada vez mais pessoas têm abandonado hábitos alimentares saudáveis em prol de uma alimentação menos equilibrada. Informar a população sobre os danos desse tipo de alimentação é um assunto corriqueiro na grande mídia, mas os resultados não refletem uma mudança positiva. Isso acontece porque muitos produtos presentes na alimentação cotidiana, como pães, massas e bebidas industrializadas, já são ultraprocessados. O desafio é, portanto, como encontrar formas de que esses produtos sejam produzidos de forma mais saudável.

 

O que são alimentos ultraprocessados?

A Classificação Alimentar NOVA, desenvolvida pela Universidade de São Paulo,  afirma que os “alimentos e bebidas ultraprocessados” são o grupo de alimentos menos importante para o consumo. Segundo a classificação, esses alimentos “são formulações industriais feitas inteiramente ou principalmente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido e proteínas).” Em geral, são derivados de gorduras hidrogenadas e amido modificado e sintetizados em laboratórios.

Para a pesquisa em questão, os cientistas analisaram 230.156 produtos e, usando o sistema de classificação NOVA, descobriram que 71% desses alimentos, como pão, saladas, salgadinhos, doces e bebidas, eram ultraprocessados. Entre os 25 maiores fabricantes americanos, 86% dos produtos foram classificados como ultraprocessados.

 

Uma solução simples e inovadora

Segundo os especialistas envolvidos no estudo, a solução estaria em responsabilizar os fabricantes de alimentos e bebidas. Seria preciso desenvolver políticas de vigilância efetivas para incentivar essas empresas a deixarem de lado os alimentos insalubres, investindo ativamente na produção de opções mais saudáveis para a população.

Embora as diretrizes dietéticas são rotineiramente atualizadas, os relatórios sobre o que está disponível nas prateleiras dos supermercados não são facilmente disponibilizados para consumidores, pesquisadores ou formuladores de políticas públicas. Para mudar essa história, é preciso democratizar o acesso à informação, e agir diretamente em prol da implantação de hábitos alimentares menos danosos para a saúde.

COMPARTILHE

logo_busca

Mais resultados...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors