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Congresso na internet reunirá especialistas em Pancs

As plantas alimentícias não convencionais (Pancs) em geral são pouco conhecidas e consumidas, mas vêm ganhando destaque a ponto de motivarem vinte especialistas – de campos diversos – a se unir para discuti-las e divulgá-las. De 14 a 18 de setembro, eles estarão participando na internet do Terceiro PancWeb Congresso Online.

O próprio autor da sigla Panc participará do evento. Trata-se do biólogo Valdeny Kinupp, doutor em fitotecnia-horticultura. É dele – em coautoria com Harri Lorenzi – o livro Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil, espécie de bíblia sobre o tema, com 768 paginas (Plantarum). 

Filho de agricultor, Kinupp nasceu na zona rural de Cantagalo, no estado do Rio, e foi criado na cidade fluminense de Nova Friburgo. A roça o aproximou da biodiversidade brasileira e atraiu seu olhar para aquelas plantinhas sem pedigree. “Eu morava numa casa sem luz elétrica, com uma família de agricultores. Sempre tive interesse pelas plantas, e meu pai, mesmo não tendo estudo, fazia correlações para me explicar sobre elas”, contou ele ao site Hypeness.

Entre os palestrantes mais populares está a chef Bela Gil, conhecida por divulgar os benefícios físicos e mentais de uma culinária saudável. Ela promete divulgar algumas receitas inusitadas com Pancs. Bela é formada em culinária natural pelo Natural Gourmet Institute, e em nutrição e ciência dos alimentos pelo Hunter College, ambos nos Estados Unidos. Apresenta no canal GNT o programa Bela Cozinha.

 

VALORIZAÇÃO DE INGREDIENTES NATIVOS

Outra chef de peso presente no congresso é Bel Coelho, que também apresenta um programa na TV, Receita de Viagem, exibido no TLC Discovery e no Discovery World. Bel defende a agroecologia e redes socialmente e ecologicamente limpas, justas e sustentáveis. Ela utiliza Pancs em seus pratos e tem como pilares de sua gastronomia a valorização de ingredientes nativos brasileiros.

Já a bióloga Mahedy Passos pode trazer boas informações científicas para o encontro. Ela é mestre em botânica, professora do Centro Estadual de Educação Profissional de Roraima e autora do livro Panc é pop: plantas não convencionais em Roraima, no qual apresenta 117 espécies de Pancs de 64 famílias diferentes encontradas em Boa Vista e arredores. Mahedy desenvolve trabalhos relacionados a identificação, usos e potencialidades das Pancs.

Também bióloga palestrante, Jaqueline Dirigon popularizou o tema como coordenadora do projeto Pancpop: Popularizando o Uso de Plantas Alimentícias Não Convencionais. Professora da Universidade Federal do Rio Grande, abordou as plantas em sua tese de doutorado.

Já o gastrólogo e cozinheiro Michel Abras, também presente no evento, é sócio da LABPanc, empresa que desenvolve trabalhos de pesquisa, resgate e ressignificação do saber culinário de cidades e comunidades, com foco em quintais e hortas. Ele se dedica a promover a interdisciplinaridade cultural e a preservação de tradições alimentares.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) contabiliza 300 mil espécies de Pancs, das quais cerca de duzentas costumam ser consumidas, ou seja, apenas 0,06%. Embora comumente disponíveis em centros urbanos e ricas em nutrientes, muitas dessas plantas são desprezadas como mato. Entre elas estão nomes pouco conhecidos como caruru (ou bredo), tanchagem, buva, serralha e beldroega. Mais populares são a taioba e a ora-pro-nóbis.

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