O tema deste mês de dezembro é a tão esperada saída de Júpiter e Saturno do signo de Capricórnio e a entrada de ambos em Aquário, com apenas dois dias de diferença: Saturno entra no dia 17 e Júpiter no dia 19. No dia 21 eles formarão uma bela conjunção, que aos poucos irá se desfazendo ao longo de janeiro de 2021, até que em março, embora ainda no mesmo signo de Aquário, eles já estarão a uma distância onde a conjunção deixa de existir, porque se afastam mais de dez graus um do outro.

Está se criando uma expectativa muito grande em relação a esse “encontro”, que precisa ser devidamente esclarecida. Vamos lá.

Júpiter e Saturno se encontram, em média, a cada vinte anos, e esse encontro dura aproximadamente um ano. Seu principal reflexo costuma se dar no campo das relações internacionais, contribuindo para melhorar as relações entre os países. Neste sentido, é um aspecto sempre auspicioso, pois a humanidade costuma fazer algum progresso no campo da diplomacia enquanto os dois gigantes do nosso Sistema Solar estão andando juntos.

O que vamos ter de muito bonito e especial do ponto de vista astronômico (sim, astrólogos adoram astronomia!) é que essa conjunção vai acontecer em graus muito próximos, fazendo com que neste final de ano eles aparentem ser um único planeta, de tão “perto” que estarão durante a virada de 2020 para 2021. Será um belo espetáculo para ser apreciado nos finais de tarde até aproximadamente 13 de janeiro de 2021.

Outro dado interessante é que essa proximidade entre os dois não ocorria desta forma desde a Idade Média. Aí está a preciosidade dessa conjunção: seu aspecto visual. Aproveitem para curtir o anoitecer até o dia 12 de janeiro, quando o Sol vai começar a ficar muito próximo deles, fazendo com que deixem de ser visíveis para nós.

A outra expectativa que está sendo criada é em relação à entrada de ambos em Aquário, como se isso fosse significar a “inauguração oficial” da tão falada e esperada era astrológica, da qual ouvimos falar desde os anos 1960. Vamos esclarecer isso também.

É verdade que essa conjunção deve produzir reflexos interessantes na coletividade, trazendo um certo alívio, depois desse 2020 denso e pesado, com o já famoso trio “Parada Dura” tendo nos acompanhado o ano inteiro em Capricórnio (Plutão, o mais lento do trio, ainda permanece uns bons três anos em Caprica). E é claro que esses reflexos deverão se dar no campo da tecnologia, da ciência, do grande progresso que deveremos perceber nos nossos acessórios eletrônicos, nas comunicações, enfim, nos campos associados ao signo de Aquário. Estaremos mais um pouco dentro desse alvorecer aquariano, mas ainda não é o início da era propriamente dita.

Isso porque as grandes eras não têm uma “data” de inauguração; o mais correto seria compararmos à transição da noite para o dia. O início “oficial” de um dia se dá no momento em que o Sol nasce, e esse nascer ainda deve demorar uns 200 a 300 anos para acontecer. Aqui é bom lembrar que cada Grande Era dura 2.160 anos, então, muita calma nessa hora.

Estamos nos tornando gradativamente mais aquarianos e menos piscianos, mas esse processo ainda tem várias – e interessantes – etapas nos próximos vinte a trinta anos, de acordo com a movimentação dos planetas lentos. A entrada de Plutão em Aquário começará a acontecer em março de 2023, e será um outro momento marcante para a Astrologia Mundial. Aguardemos.

Waldemar Falcão é músico, astrólogo e escritor.