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Cuidado! O preconceito é contagioso

A comunicação não-verbal é um fator determinante para os nossos relacionamentos. Isso acontece porque guiamos nossas atitudes por observação. Por exemplo: se estamos em um grupo, tendemos a gostar das pessoas que esse grupo trata de forma amigável e rejeitar aquelas que são tratadas com maior distância, mesmo que essas dinâmicas não sejam estabelecidas verbalmente. A comunicação não-verbal pré-existe à racionalização desses juízos de valor, e ajuda a sedimentar preconceitos contra pessoas e grupo específicos.

Em um estudo recente, pesquisadores exibiram a um grupo um breve vídeo, sem som, em que pessoas interagiam entre si. Depois, os cientistas fizeram perguntas ao grupo, e perceberam que os entrevistados teceram comentários a respeito dos personagens no vídeo com base na sua comunicação não-verbal. Isso envolveu desde atitudes que foram compreensíveis para o grupo de forma consciente, mas também as atitudes implícitas, que não foram comunicadas com clareza.

No geral, a pesquisa demonstrou que as pessoas são capazes de julgar rapidamente e instintivamente com base em sinais não-verbais. Se um indivíduo recebe sinais não-verbais positivos, ele será rapidamente julgado de forma positiva pelos outros, e será rapidamente julgado de forma negativa, quando recebe sinais negativos.

Durante o estudo, a maior parte dos participantes acreditava que não se deixaria levar pela comunicação não-verbal, ou seja, que não teceria pré-julgamentos com base apenas na observação das interações. No fim, o grupo foi tão afetado por essa experiência que a grande maioria dos participantes não foi capaz de identificar a influência dos relacionamentos retratados no vídeo no seu julgamento. Apenas 30% das pessoas admitiu que o modo como os indivíduos foram tratados no vídeo influenciou sua opinião acerca deles.

 

Preconceitos e erros de julgamento

Essa percepção é importante para entender o quanto somos influenciáveis pela observação. Quando vemos pessoas sendo menos amigáveis ​​com alguém, geralmente atribuímos a hostilidade ao alvo. E somos capazes de acreditar que gostamos menos daquela pessoa porque ela não parece ser amigável, quando, na verdade, os outros é que não foram muito amigáveis ​​com ela.

Estudos como esse têm implicações importantes para a compreensão de como desenvolvemos preconceitos em relação aos grupos sociais. Eles indicam que essas percepções são construídas antes da comunicação verbal, e antes que seja possível estabelecer um debate entre esses grupos. E essas percepções são poderosas, a ponto de nublar nossa capacidade de raciocinar sobre esses preconceitos. Cabe a todos nós se esforçar para não ceder à pressão do grupo, e procurar entender porque nos sentimos incomodados com atitudes de pessoas que não conhecemos bem.

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