O QUE VOCÊ PROCURA?

Doar nos traz mais felicidade do que receber

A felicidade que sentimos depois de um evento ou atividade em específico diminui cada vez que passamos pela mesma experiência, por conta de um fenômeno conhecido como adaptação hedônica. Mas a alegria que sentimos ao ajudar aos outros pode ser a exceção à regra, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Psychological Science em dezembro do ano passado, nos Estados Unidos.

Em dois estudos, os pesquisadores de psicologia Ed O’Brien (Universidade de Chicago Booth School of Business) e Samantha Kassirer (Northwestern University Kellogg School of Management) descobriram que a felicidade dos participantes não diminuiu, ou diminuiu muito mais lentamente, se repetidamente oferecessem presentes outros em comparação a receber diversar vezes os mesmos presentes.

Em um experimento, os estudantes universitários receberam US $ 5 por dia durante 5 dias; eles eram obrigados a gastar o dinheiro exatamente na mesma coisa a cada vez. Os pesquisadores designaram aleatoriamente os participantes para gastarem o dinheiro consigo mesmos ou com outra pessoa, como deixar dinheiro em um pote de gorjetas todos os dias no mesmo restaurante ou fazer uma doação on-line para a mesma instituição de caridade. Os participantes refletiram sobre sua experiência de gastos e felicidade geral no final de cada dia.

Os dados, de um total de 96 participantes, mostraram um padrão claro: os participantes começaram com níveis semelhantes de felicidade autorreferida, e aqueles que gastaram dinheiro com eles mesmos relataram um declínio constante na felicidade durante o período de 5 dias. Mas a felicidade não pareceu diminuir para aqueles que deram seu dinheiro a outra pessoa. A alegria de doar pela quinta vez consecutiva foi tão forte como era no início.

O’Brien e Kassirer realizaram um segundo experimento on-line, o que lhes permitiu manter as tarefas consistentes entre os participantes. Neste experimento, 502 participantes jogaram 10 rodadas de um jogo de palavras cruzadas. Eles ganharam US$ 0,05 por rodada, que eles mantiveram ou doaram para uma instituição de caridade de sua escolha. Após cada rodada, os participantes revelaram o grau em que a vitória fez com que se sentissem felizes. Mais uma vez, a felicidade autorrelatada daqueles que deram seus ganhos diminuiu muito mais lentamente do que a felicidade relatada por aqueles que mantiveram seus ganhos.

A adaptação às experiências indutoras da felicidade pode ser funcional na medida em que nos motiva a buscar e adquirir novos recursos. Por que isso também não acontece com a felicidade que sentimos quando doamos?

Os pesquisadores observam que quando as pessoas se concentram em um resultado, como receber um pagamento, elas podem facilmente comparar os resultados, o que diminui sua sensibilidade para cada experiência. Quando as pessoas se concentram em uma ação, como doar para uma instituição de caridade, elas podem se concentrar menos na comparação e, em vez disso, experimentar cada ato de doação como um evento único de indução de felicidade.

Também podemos ser mais lentos para nos adaptarmos à felicidade gerada pela doação, porque dar aos outros nos ajuda a manter nossa reputação pró-social, reforçando nosso senso de conexão e pertencimento social.

Essas descobertas levantam algumas questões interessantes para pesquisas futuras. Por exemplo, essas descobertas seriam válidas se as pessoas estivessem dando ou recebendo quantias maiores de dinheiro? Ou doando para amigos ao invés de estranhos?

Os pesquisadores também consideraram olhar além de dar ou receber recompensas monetárias, uma vez que o comportamento pró-social inclui uma ampla gama de experiências.

Fonte: https://www.sciencedaily.com/releases/2018/12/181220080008.htm

COMPARTILHE

logo_busca

Mais resultados...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors