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Jovens brasileiros inventam plástico de casca de laranja

Três estudantes do ensino médio no Distrito Federal criaram um plástico biodegradável feito de casca de laranja que está despertando curiosidade no Brasil e até no exterior. A invenção já foi premiada em três feiras nacionais e lhes rendeu um convite para participar da World Invention Competition and Exhibition (Wice), em novembro, em Kuala Lumpur, Malásia. O desafio desses jovens agora é conseguir recursos para participar do evento.

Bárbara Wingler, 18 anos, Kazue Nishi, 17 e Lucas Silva, 19, são alunos do Centro de Ensino Médio 02 do Gama. Eles se dedicaram oito meses às pesquisas e experiências que os levaram a produzir o novo plástico. Para participar do evento na Malásia, criaram uma vaquinha virtual e já arrecadaram pelo menos R$ 19 mil dos R$ 25 mil de que precisam para pagar passagens aéreas e demais despesas da viagem.

Em agosto do ano passado, o trio se juntou, disposto a encontrar uma solução para reduzir os impactos causados pelo plástico no meio ambiente. Estimativas contabilizam a presença de 150 milhões de toneladas de resíduos de plástico nos oceanos.

“Com as nossas condições de trabalho, todo o processo para transformar a casca de laranja demora dez dias”, explicou ao UOL o professor de química Alex Aragão, que acompanhou o processo dos inventores e dirige o Clube de Ciências Marie Curie, onde o projeto foi desenvolvido. Há quinze anos o clube desenvolve e divulga ideias inovadoras de estudantes.

 

TENTATIVA DE APRIMORAR O PRODUTO

O primeiro passo para a produção do plástico de casca de laranja é deixar a matéria-prima de molho em água. Depois, ela é submetida a uma secagem em estufa improvisada. Em seguida, é triturada até virar pó. A partir daí, o processo é guardado em segredo. Sabe-se que o pó é misturado a diferentes reagentes para se tornar a primeira película de um plástico biodegradável.

A jovem equipe dá prosseguimento às pesquisas a fim de melhorar a resistência do bioplástico ao calor e à tensão. Está disposta a levar para a Malásia um produto final mais elaborado, que possa ser usado para a produção de copos, canudos e sacolas. “O desejo é mostrar na Wice uma opção possível de plástico para o mercado, com marca brasileira”, disseram os estudantes ao G1.

O professor Aragão lamentou a falta de estrutura e investimento em pesquisas científicas no Brasil. Segundo ele, é difícil chamar a atenção de indústrias para novos produtos e novas formas de fazer. “É preciso contar com divulgação e, às vezes, tirar dinheiro do próprio bolso para custear materiais”, afirmou ao UOL.

Aragão se disse fascinado com o empenho que observa em jovens estudantes. Ele contou que três meninas do ensino médio, também moradoras da região do Gama, no Distrito Federal, inventaram o que chamam de “micro-ondas ao contrário”: um dispositivo capaz de refrigerar uma lata de bebida em um minuto.

Adrielle Dantas, Gabrielly Vilaça e Rafaella Gomes, alunas do Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, usaram lixo eletrônico para produzir a engenhoca. Elas participaram do Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal, no ano passado, e nos próximos dias  levarão sua invenção para a Exposição de Ciências, Engenharia, Tecnologia e Educação (Expoceti), em São Lourenço da Mata, Pernambuco.

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