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Meditação intensiva melhora a atenção por anos

Os ganhos na capacidade de manter a atenção desenvolvida através do treinamento intensivo de meditação são mantidos até sete anos depois. De acordo com um estudo publicado ano passado no Journal of Cognitive Enhancement, foram encontradas evidências de que a prática intensiva e contínua de meditação está associada a melhorias duradouras na atenção sustentada e na inibição de respostas. Também foi apontado o potencial de alterar trajetórias de mudança cognitiva na vida de uma pessoa.

O estudo é baseado no Projeto Shamatha, uma grande investigação dos efeitos cognitivos, psicológicos e biológicos da meditação liderada por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Davis, no Center for Mind and Brain.

O Projeto Shamatha é o estudo longitudinal mais abrangente da meditação intensiva já realizado. Sua pesquisa chamou a atenção de cientistas e estudiosos budistas, incluindo o Dalai Lama, que endossou o projeto. Ele examina os efeitos de dois retiros intensivos de meditação realizados em 2007 no Shambhala Mountain Center em Red Feather Lakes, Colorado.

O estudo acompanhou 60 meditadores experientes que participaram desses retiros de meditação de três meses e receberam instrução contínua em técnicas de meditação do estudioso budista, autor e professor B. Alan Wallace, do Instituto Santa Barbara para Estudos da Consciência. Eles participaram de sessões de meditação em grupo duas vezes ao dia e se dedicaram à prática individual por cerca de seis horas por dia.

A melhora da atenção é duradoura entre meditadores experientes

Imediatamente após o estudo, os participantes do retiro de meditação mostraram melhorias na atenção, bem como no bem-estar psicológico geral e na capacidade de lidar com o estresse.

Desde os retiros, os pesquisadores acompanharam os participantes aos seis e 18 meses e, mais recentemente, aos sete anos. Os 40 participantes que permaneceram no estudo neste último acompanhamento relataram que continuaram com alguma forma de prática de meditação durante o período de sete anos, o equivalente a cerca de uma hora por dia em média.

O novo estudo mostra que os ganhos de atenção observados imediatamente após o retiro foram parcialmente mantidos sete anos depois, especialmente para os participantes mais velhos que mantiveram uma prática de meditação mais diligente ao longo dos sete anos.

Em comparação com aqueles que praticavam menos, esses participantes mantiveram ganhos cognitivos e não mostraram padrões típicos de declínio relacionado à idade na atenção sustentada.

O estilo de vida ou a personalidade dos participantes também podem ter contribuído para as observações. Os benefícios da meditação parecem ter estabilizado após os retiros, mesmo nos participantes que mais praticaram: isso pode ter implicações sobre o quanto a meditação pode, de fato, influenciar a cognição humana e o funcionamento do cérebro.

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