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Para não sermos contaminados pelo medo

Mais do que nunca, “é preciso estar atento e forte”, como cantava Gal Costa nos anos 1960. A intensificação da pandemia nos faz prestar mais atenção às medidas de proteção pessoal, mas o que fazer para não ser contaminado pelo medo? Profissionais de saúde têm sugerido atitudes que podem nos ajudar a conviver com essa nova realidade sem que o vírus contamine a nossa mente e sejamos tomados pelo que vem sendo chamado de coronofobia.

A psicoterapeuta Miriam Mantau observa que estamos vivendo o luto de nossa segurança interna. Isso acaba por nos levar de encontro às coisas que mais nos importam, diz ela. Cuidar é a palavra de ordem. Cuidar das relações, dos sentimentos, do que comemos, do que fazemos. O medo é uma maneira que encontramos de nos proteger, afirma Mantau, mas se torna também uma ameaça.

Para evitar ser contaminado pelo medo, Mantau sugere, entre outras atitudes, fazer uma triagem das informações que chegam até nós e usar a mídia a nosso favor. “A confusão de notícias também é viral”, adverte.

Sair de casa é possível, diz a psicoterapeuta, desde que possamos monitorar isso. Com os devidos cuidados, podemos nos aproximar da natureza. E se isso não for possível, podemos buscar “saídas” virtuais saudáveis, como sites de meditação e palestrantes que dialoguem conosco de maneira benéfica.

Num momento em que não se pode abraçar, mais do que nunca é preciso buscar o contato com aqueles que amamos, afirma a psicoterapeuta. “Através das nossas melhores relações podemos evitar o medo, podemos nos fortalecer. Buscar suporte é importante”, diz ela, lembrando que há, inclusive, serviços de terapia gratuita.

“É hora de as pessoas se conectarem e serem acolhidas”, afirma Mantau. “Precisamos do recurso do sentimento, de vida emocional. Precisamos do outro, ainda que virtualmente.”

A ONG HelpGuide, dedicada à saúde mental, oferece dicas para lidar com preocupações, ansiedade e medo durante a pandemia – e algumas delas coincidem com o que nos disse Miriam Mantau:

  • Mantenha-se informado, mas não de maneira obsessiva. Busque informações confiáveis, limite a sua checagem de notícias, afaste-se da mídia quando se sentir ansioso e cuidado com aquilo que você compartilha.
  • Concentre-se em coisas que você pode controlar, como dormir bem, seguir as recomendações de autoridades, manter dois metros de distância das pessoas e evitar saídas desnecessárias. E planeje-se para o que você pode fazer. Se começar a se sentir ansioso, interrompa o que está fazendo e procure relaxar por pelo menos quinze minutos.
  • Mantenha-se conectado, mesmo quando fisicamente isolado. Procure parentes e amigos. O contato cara a cara – ainda que por vídeo – é vitamina para a saúde mental. A mídia social pode ser benéfica, mas desligue-a se ela o faz se sentir pior.
  • Cuide do corpo e do espírito. Seja gentil consigo mesmo, mantenha uma boa rotina e encontre tempo para atividades que lhe dão satisfação. Exercícios físicos são recomendados. E evite se automedicar. Aprenda a relaxar.

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