Conduzir um parto em casa é uma decisão tão segura para a mãe e para o bebê quanto recorrer a um hospital, desde que a gravidez seja considerada de baixo risco, ou seja, não apresente complicações para ambos os envolvidos. É o que aponta um grande estudo internacional conduzido pela Universidade McMaster, que analisou essa tendência em um período de 29 anos em oito países diferentes.
Partos domiciliares são uma tendência crescente entre mulheres que dispõe de recursos e acesso à informação. Serviços especializados, como doulas, tornaram-se frequentes, e relatos de partos humanizados acompanhados ou não da presença de profissionais de saúde se tornaram cada vez mais frequentes.
No entanto, algumas preocupações ainda persistem quanto a essa prática, em especial a segurança neonatal e perinatal do bebê. A pesquisa em questão demonstrou que o risco é indiferente quando o parto é feito em casa ou no hospital.
O estudo examinou a segurança do local de nascimento, cruzando dados sobre o risco de morte do bebê no momento do nascimento ou nas primeiras quatro semanas, e não encontrou riscos clinicamente importantes entre os dois tipos de parto. Para tanto foram analisados 21 estudos anteriores comparando resultados de partos domiciliares e hospitalares na Suécia, Nova Zelândia, Inglaterra, Holanda, Japão, Austrália, Canadá e Estados Unidos.
Informações como essa são importantes para fortalecer a ideia de que partos domiciliares são seguros e perfeitamente viáveis. Além disso, apontam para mudanças no comportamento. Se, até bem recentemente, recorrer a um hospital era a regra para o parto, hoje em dia não é mais malvisto escolher passar pelo procedimento em casa. Movimentos em prol da humanização e naturalização do parto ganharam força com o passar dos anos, junto a denúncias de violência obstétrica e a procedimentos cirúrgicos desnecessários, como cesáreas.
