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Plataforma dá voz a negritude veterana

Quando explorava espaços na mídia dedicados a pessoas de sua faixa de idade, o jornalista carioca Ivan Accioly não se sentia representado. “Eu olhava, olhava e só via gente branca”, diz ele. Foi assim que lhe veio a ideia de criar Negrxs50+, uma plataforma na internet dedicada a pessoas negras com mais de 50 anos. Ali, há dicas de serviços, agenda cultural e textos sobre uma gama diversificada de temas, como negócios, tecnologia, esportes, saúde, educação, moda e turismo.

“O retorno tem sido muito positivo, tanto por parte do público quanto daqueles que têm se disposto a colaborar com conteúdo”, diz Accioly ao R.evolution Club. “É gratificante, porque a plataforma surgiu de uma sensibilidade sobre um mercado que está mostrando adesão.”

O público ali “são pessoas que formam o mercado do ‘afroconsumo’ e que não se sentem contempladas com o que é oferecido”, diz o texto de apresentação da plataforma. Negrxs50+ pretende ser “um espaço de encontro que atenda a demandas identitárias e geracionais”, onde os participantes “fortaleçam suas expectativas de vida sob diferentes aspectos: sejam intelectuais, econômicos, políticos ou de bem-estar. Onde suas experiências de vida sejam valorizadas.”

Um dos artigos publicados recentemente aborda “o incômodo estranhamento de Ana Maria Braga com o termo ‘branquitude’”. Outro texto discute o impacto da saída da Ford do Brasil sobre a população negra. Poucos tiveram tanta repercussão quanto a reportagem que mostra os obstáculos raciais enfrentados pelo neurocirurgião Ivan Sant’Ana desde que ele decidiu seguir a carreira de medicina, nos anos 1960.

Os colaboradores de Negrxs50+ não são necessariamente negros, afirma Accioly, nem precisam ter mais de 50 anos. Mas sempre abordam temas pertinentes à proposta da plataforma. Entre os quatro integrantes da equipe de frente, há um branco, o editor de arte Antonio Augusto Brito. Completam o time Accioly, editor geral; Keila Monteiro, responsável por relações institucionais; e Raquel Belém, editora digital.

 

PROJETOS PARA JOVENS NEGROS SÃO MAIS COMUNS

“Servimos a uma parte da população que sempre foi muito mal atendida”, diz Accioly. “Essa população passou cinquenta anos sem ter uma oportunidade de usar a mídia em seu favor. Não dispunha de informações.” O editor geral lembra ainda que nos últimos anos surgiram muitos projetos direcionados à juventude negra – que considera “muito bem-vindos e necessários” – mas nada voltado para pessoas de idade mais avançada.

Aciolly afirma também que a grande imprensa brasileira costuma se dirigir a uma turma de mais de 50 anos notadamente de elite, oferecendo opções culturais distantes da realidade de muita gente dessa faixa de idade.

O último censo do IBGE, de 2010, contou uma população brasileira acima de 50 anos de 39 milhões de pessoas, informa a plataforma. Desse total, cerca de 17 milhões (44%) são negros. Essa parcela corresponde aproximadamente ao número de habitantes da Holanda e é superior às populações de países como Portugal, Cuba, Bolívia, Paraguai, Áustria e Dinamarca. Um público e tanto.

Negrxs50+ está em sintonia com a Agenda 2030 e os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, que reconhecem que o desenvolvimento só é possível com a inclusão de pessoas de todas as idades. Para Accioly, a participação e inclusão de pessoas idosas e a oferta igualitária de acesso a serviços são formas de reduzir a desigualdade.

Às vésperas do lançamento oficial da plataforma, com convite divulgado e local reservado, tiveram início as restrições impostas pela pandemia. Era março do ano passado. O evento foi cancelado, mas Negrxs50+ entrou na rede. Como observa a plataforma: “A sociedade já não pode se prender ao perfil do ‘idoso’ frágil, dependente, carente de atenção. Os 50+ atuais exigem mais.”

Bruno Casotti é jornalista e tradutor.

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