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Por que o estresse pode nos deixar de cabelos brancos?

São comuns histórias sobre como o estresse afeta a nossa aparência, principalmente a pele e o cabelo. Mas, por que isso acontece?

Recentemente uma pesquisa foi conduzida para entender se essa conexão é verdadeira e, em caso afirmativo, como o estresse leva a alterações em diversos tecidos do nosso corpo; e não apenas naqueles que podemos ver.

Pigmentação capilar

Para responder a essa pergunta, os cientistas primeiro tiveram que restringir qual sistema corporal era responsável por conectar o estresse à cor do cabelo.

Conduzindo experimentos em ratos, a equipe primeiro levantou a hipótese de que o estresse causa um ataque imunológico às células produtoras de pigmentos. Essa hipótese não se revelou verdadeira. Então, os pesquisadores voltaram para o hormônio cortisol. Mas, mais uma vez, não encontraram a resposta esperada.

Depois de eliminar sistematicamente diferentes possibilidades, os pesquisadores se voltaram para o sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de correr/lutar do nosso corpo em situações de grande estresse. Os pesquisadores descobriram que o estresse agudo faz com que esses nervos liberem a noradrenalina, que é absorvida pelas células-tronco regeneradoras de pigmentos próximas.

Células-tronco esgotadas

No folículo piloso, certas células-tronco agem como um reservatório de pigmentos. Quando o cabelo se regenera, algumas células-tronco se convertem em células produtoras de pigmentos, que colorem o cabelo.

Os pesquisadores descobriram que a noradrenalina dos nervos simpáticos faz com que as células-tronco se ativem excessivamente. Grosso modo, todas as células-tronco se convertem em células produtoras de pigmentos, esgotando prematuramente o reservatório.

A descoberta ressalta os efeitos colaterais negativos de uma resposta evolutiva protetora. O estresse agudo é tradicionalmente visto como benéfico para a sobrevivência de um animal. Mas, neste caso, o estresse agudo causa o esgotamento permanente das células-tronco.

Respondendo a uma pergunta fundamental

Para conectar o estresse ao envelhecimento dos cabelos, os pesquisadores começaram com uma resposta de todo o corpo e ampliaram progressivamente os sistemas de órgãos individuais, a interação célula a célula e, eventualmente, até a dinâmica molecular. O processo exigiu uma variedade de ferramentas de pesquisa ao longo do caminho, incluindo métodos para manipular órgãos, nervos e receptores celulares.

As descobertas podem ajudar a iluminar os efeitos mais amplos do estresse em vários órgãos e tecidos. Esse entendimento abrirá o caminho para novos estudos que buscam modificar ou bloquear os efeitos prejudiciais do estresse no corpo.

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