Relações significativas entre professores, pais e alunos nas escolas têm mais impacto na melhoria da aprendizagem do que questões financeiras. Em um estudo conduzido pela Ohio State University foi constatado que o capital social tem um efeito três a cinco vezes maior do que o capital financeiro no desempenho escolar de crianças e adolescentes. Isso indica que comunidades fortes e colaborativas criam ambientes mais propícios para o aprendizado do que as que recorrem apenas a soluções monetárias para a educação.

Capital social é o nome dado à rede de relacionamentos entre funcionários da escola, professores, pais e a comunidade capaz de criar a confiança necessária para o desempenho acadêmico. Percebeu-se que o dinheiro investido na educação não é tão importante quanto os esforços dos indivíduos envolvidos nesse processo. O capital social merece, portanto, ocupar um papel de destaque na forma como estudantes devem receber atenção, especialmente os que estão em situações mais vulneráveis.

Uma lição de sustentabilidade

O estudo em questão envolveu 5.003 estudantes e seus professores em 78 escolas públicas selecionadas aleatoriamente no estado de Michigan, nos Estados Unidos. A amostra é representativa da demografia de todas as escolas de ensino fundamental do estado.

Os professores preencheram um questionário que mediu os níveis de capital social em suas escolas. Eles avaliaram o quanto concordaram com declarações como “O envolvimento dos pais apoia o aprendizado aqui“, “Os professores nesta escola confiam em seus alunos” e “O envolvimento da comunidade facilita o aprendizado aqui“. Dados estatais sobre gastos instrucionais por aluno foram usados ​​para medir o capital financeiro em cada escola. Além disso, pesquisadores usaram o desempenho dos alunos em testes de leitura e matemática do quarto ano para medir o aprendizado.

Os resultados mostraram que, em média, as escolas que gastaram mais dinheiro tiveram melhores resultados nos testes do que aquelas que gastaram menos. Mas o efeito do capital social foi três vezes maior do que o capital financeiro nos resultados de matemática e cinco vezes maior nas notas de leitura.

O estudo aponta portanto para a necessidade do desenvolvimento de capital social em comunidades menos favorecidas. Esses preceitos fazem parte do que definimos como desenvolvimento sustentável, uma busca pela prosperidade entre as comunidades priorizando valores comunitários ao invés do crescimento financeiro puro e simples. Tornar os pais mais participativos na rotina escolar, dando foco para o trabalho colaborativo ao invés de deixar essa responsabilidade apenas nas mãos dos professores, é um dos caminhos apontados pelos pesquisadores para a melhoria do ensino nessas comunidades.