As apostas sobre as tendências alimentares para 2022 vêm amparadas pela valorização da saúde e das causas ambientais. É quase uma unanimidade entre especialistas a previsão de que a procura por alimentos saudáveis aumentará, associada, pelo menos em parte, a preocupações com a saúde decorrentes da crise da Covid-19. E a saúde do planeta também entra na pauta do consumidor e da indústria alimentar. Produtores deverão se aliar à busca por um futuro sustentável, valendo-se inclusive de novas tecnologias para isso. Veja o que apuramos:
- Veganismo: Continua em alta, principalmente entre os mais jovens, por motivos de saúde e também como combate à mudança climática. A pecuária é apontada como uma atividade que contribui para o aquecimento global, por conta do desmatamento de áreas para criação de pastos e por causa da flatulência do gado, que libera metano, um gás do efeito estufa. O vegetarianismo já é considerado o novo normal.
- Procedência: Cada vez mais, o consumidor quer saber de onde vêm os alimentos e como são feitos. Com isso, busca produtos com certificação de que não envolvem maus-tratos de animais ou exploração de mão de obra. Já existem tecnologias capazes de rastrear e identificar ingredientes em toda a cadeia de abastecimento, por meio de radiofrequência.
- Rótulos claros: Também chamados de rótulos clean, estão em alta no mundo inteiro, por trazerem informações mais claras ao consumidor. No Brasil, uma nova legislação de rotulagem deve entrar em vigor em 2022, facilitando ao consumidor a identificação do que está comprando. Na indústria, saem ganhando as empresas que investem em ingredientes saudáveis.
- Produção artesanal: Alimentos de produção artesanal tendem a ser valorizados, em especial pães e sorvetes. Cada vez mais, os consumidores priorizam produtos e ingredientes orgânicos, em detrimento de grandes processos industriais. Eles consideram os produtos artesanais mais saudáveis e valorizam a produção local, de forma a evitar alimentos que viajam longas distâncias para chegar ao mercado, o que representa emissão de carbono.
- Bem-estar mental: Alimentos que contribuem para o bem-estar mental são outra aposta para o ano que vem, favorecidos pela prática do autocuidado. Aqui, a tendência passa também pelo conceito de mindful eating, que envolve consciência do que se come e de como se come – saboreando e mastigando com calma e longe das telas.
- Leites vegetais: Esta foi uma tendência forte em 2021 e que deve se manter. Pesquisas indicam que o leite de amêndoa têm sido o mais procurado, seguido de perto pelo de aveia. Antes predominante, o leite de soja vem perdendo terreno para concorrentes diversos. Duas novas promessas são os leites de batata e cevada.
- Semente de girassol: Velha conhecida de quem prioriza alimentos saudáveis, a semente de abóbora tem sido apreciada como ingrediente de manteiga. Mas promete também chegar a biscoitos, sorvetes e leites alternativos. É rica em antioxidantes, gorduras saudáveis, fibras e proteínas.
- Desperdício zero: O Food Report 2022 indicou que o desperdício zero se torna uma meta associada ao consumo sustentável. A tendência passa também pela preferência por embalagens recicláveis, retornáveis e sustentáveis, bem como pela transformação de resíduos alimentares em petiscos por meio de impressão 3D, o que já é feito na Holanda.
- Cúrcuma: Apreciado por quem sabe comer o que faz bem à saúde, esse tempero de origem indiana, também conhecido como açafrão-da-terra, é comum na medicina ayurveda. Tem sido cada vez mais valorizado por seus inúmeros benefícios à saúde, que incluem propriedades antivirais, antioxidantes e anti-inflamatórias. Geralmente é encontrado em pó, mas é prevista sua utilização em produtos industriais, como cereais embalados e até sorvetes vegetais.