Um teste capaz de diagnostar o câncer até dez anos antes dos primeiros sintomas está sendo desenvolvido por cientistas americanos e australianos, e pode se tornar um procedimento rotineiro em consultas médicas.
Conhecido como “biópsia líquida”, o teste consiste na análise laboratorial de amostras de sangue, procurando por traços de DNA que tenha sido tocado por tumores, que circulam pela corrente sanguínea dos pacientes anos antes dos primeiros sintomas dos tumores serem identificados.
Esse código informa aos especialistas onde os tumores estão se desenvolvendo e com qual rapidez o câncer pode se espalhar pelo organismo.
Pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Centre, em Nova York, conduziram esse teste com 161 pacientes já diagnosticados com câncer de mama, de pulmão ou de próstata, na busca de maiores informações sobre sua doença. O teste funcionou em 90% dos casos, identificando complicações e ajudando a salvar vidas.
Investidores do mundo da tecnologia como Bill Gates e Jeff Bezos estão por trás dessas pesquisas, e pretendem tornar o teste disponível para o público a partir de 2019. Com o tempo, a tendência é que o teste também possa ser conduzido a partir de uma análise feita numa pulseira, sem ser preciso coletar sangue do paciente.
O impacto dessa inovação tecnológica na prevenção do câncer é gigantesco. Muitas formas de câncer têm detecção tardia, sendo, portanto, mais letais. Se o teste identificar tumores em estágio inicial, sua remoção sem procedimentos cirúrgicos pode ser facilitada, aumentando não apenas a expectativa de vida do paciente, como também a sua qualidade de vida ao evitar procedimentos invasivos e debilitantes, como o tratamento continuado com quimioterapia e radioterapia. A previsão é que esse teste poderá aumentar em 45% as chances de recuperação completa dos pacientes, diminuindo drasticamente as chances de um tumor maligno entrar em metástase.