Quase um terço da população mundial sofre de alergias. Essas condições são causadas por anticorpos IgE, que se ligam aos alérgenos e desencadeiam a reação alérgica e, em casos extremos, a anafilaxia, que é potencialmente fatal.
Pesquisas recentes apontaram, porém, que muitas pessoas possuem anticorpos IgE específico sem desenvolver sintomas de alergia. Por exemplo, cerca de metade das pessoas que possuem anticorpos IgE específicos para o amendoim não tem alergia a amendoim. Além disso, alguns indivíduos alérgicos superam seus sintomas e ainda mantêm níveis detectáveis de anticorpos IgE específicos para esses alérgenos.
Para examinar essa questão, os pesquisadores compararam os anticorpos IgE de indivíduos com alergias ao amendoim com os anticorpos IgE de indivíduos sem alergias. As análises revelaram um aumento em um resíduo de açúcar específico, chamado ácido siálico, nos níveis de anticorpos IgE dos indivíduos alérgicos.
Os pesquisadores também descobriram que a adição de ácido siálico aos anticorpos IgE intensificou as reações alérgicas desencadeadas pelos mesmos, enquanto a remoção do ácido siálico atenuou essas reações e reduziu a anafilaxia.
Esses resultados indicam que o ácido siálico pode servir como um marcador para diagnósticos mais precisos de doenças alérgicas. Isso indica, também, que a remoção do ácido siálico nos anticorpos IgE pode ser uma nova estratégia para o tratamento de pacientes. Um novo caminho, portanto, para o tratamento de alergias.
Pesquisas adicionais sobre os mecanismos por trás dos efeitos do ácido siálico na atividade dos anticorpos IgE podem fornecer informações adicionais sobre alergias e suas causas. O próximo passo é determinar como a remoção do ácido siálico nos anticorpos IgE atenua a alergia, e desenvolver estratégias para transformar esse conhecimento em terapias.