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Uma proteína capaz de auxiliar na cura de doenças metabólicas

Uma revelação inesperada sobre uma proteína que é altamente expressa no tecido adiposo abriu as portas para descobertas sobre obesidade e metabolismo. A proteína de sinalização, conhecida como PGRMC2 (componente 2 da membrana do receptor de progesterona) já havia sido detectada no útero, fígado e em várias áreas do corpo. Recentemente, pesquisadores verificaram que essa proteína que era mais abundante em tecido adiposo, particularmente em gordura marrom, transforma comida em calor para manter a temperatura do corpo, e resolveram estudar o seu papel para nosso organismo.

Descobriu-se que o PGRMC2 se liga e libera uma molécula essencial chamada “heme”. Recentemente, em destaque por seu papel no fornecimento de sabor a alimentos, o heme tem um papel muito mais significativo no corpo. A molécula que contém ferro viaja dentro das células para permitir processos cruciais da vida, como respiração, proliferação e morte celular, além de definir os ritmos circadianos.

Usando técnicas bioquímicas e testes avançados nas células, a equipe descobriu que o PGRMC2 é um “acompanhante” do heme, encapsulando a molécula e transportando-a das mitocôndrias da célula, onde o heme é criado, para o núcleo, onde ajuda a realizar importantes funções. O heme é tóxico para os materiais celulares ao seu redor. Sem um protetor, o heme destruiria tudo em seu caminho.

Uma abordagem inovadora para a obesidade?

O PGRMC2 é o primeiro “acompanhante” do heme intracelular a ser descrito em mamíferos. Mas o que acontece no corpo se essa proteína não existe para transportar o heme?

Sem o PGRMC2 presente em seus tecidos adiposos, indivíduos expostos a uma dieta rica em gordura tornam-se intolerantes à glicose e insensíveis à insulina, sintomas marcantes do diabetes e de outras doenças metabólicas.

A proteína altera também outras funções da gordura marrom e branca. A primeira descoberta surpresa foi que a gordura marrom parecia branca na presença do PGRMC2.

A gordura marrom, que normalmente é a mais alta em heme, é frequentemente considerada a “boa gordura”. Um de seus papéis principais é gerar calor para manter a temperatura corporal. As temperaturas corporais caem rapidamente quando não é possível produzir PGRMC2 em tecidos adiposos.

É possível que a ativação do “acompanhante” do heme  em outros órgãos, incluindo o fígado, onde é feita uma grande quantidade de heme, ajude a mitigar os efeitos de outros distúrbios metabólicos, como esteato-hepatite não alcoólica (NASH), que é um principal causa de transplante de fígado hoje.

No geral, os pesquisadores estão curiosos para saber se essa proteína desempenha o mesmo papel em outros tecidos além do tecido adiposo.

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