Estamos passando por um período de emergência climática pautado por crises ambientais em todo o mundo. Problemas com distribuição de água, secas, incêndios florestais e temperaturas altas são sintomas dessa crise, que afeta a Terra e seus habitantes como um todo. Embora os especialistas apontem que não é tarde demais para mitigar esses efeitos negativos, é preciso adotar mudanças drásticas em nosso estilo de vida e hábitos alimentares para impedir que esse quadro avance.
Uma dessas medidas implica reduzir o consumo de carnes e laticínios em todo o mundo para evitar o desaparecimento de cerca de 1/4 das áreas tropicais do planeta até o fim do século XXI. São as áreas com maior concentração de biodiversidade, com uma riqueza de mamíferos, aves, anfíbios e plantas. É consenso que, se a demanda global por produtos de origem animal continuar a crescer, grandes extensões de terras naturais desaparecerão potencialmente, levando à perda generalizada de espécies e seus habitats.
Hábitos de consumo
O rápidos aumento na produção de carne e leite resultou na expansão do desmatamento em regiões tropicais que abrigam altos níveis de biodiversidade. Isso se deu porque, à medida que a renda aumentou em todo o mundo, o consumo passou de alimentos básicos, como raízes e cereais ricos em amido, para carne, leite e açúcares refinados.
A produção de carne e laticínios está associada com maior uso da terra e da água e maiores emissões de gases do efeito estufa do que qualquer outro alimento. Ao substituir os produtos de origem animal por alternativas vegetais, a previsão é que a demanda global por terras agrícolas seja reduzida em 11%.
Isso também implica reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e investir em alimentação orgânica. Embora sistemas de alimentação industrial possam reduzir de fato a expansão agrícola, eles ainda contribuem para a degradação ambiental devido a poluentes, como fertilizantes.
Consequências duradouras
É consenso que reduzir o consumo de carne e laticínios trará efeitos positivos nas emissões de gases do efeito estufa e na saúde humana. Também ajudará a biodiversidade, que deve ser conservada para garantir o crescimento da população mundial. Mudar nossas dietas em prol de um futuro mais sustentável irá ajudar a complementar as metas de segurança alimentar, e a construir uma sociedade mais justa e igualitária.