A ONU estima que os países ricos jogam fora cerca de 230 milhões de toneladas de alimentos por ano, quase tanta comida quanto toda a produção de alimentos da África Subsaariana. Mas, qual seria a melhor medida para tomar em relação ao desperdício? Comer o excesso de alimentos resolveria a situação?
Os impactos da superalimentação
O excesso de peso corporal corresponde a aproximadamente 140 bilhões de toneladas de desperdício de alimentos em todo o mundo. Este número reflete os excessos alimentares acumulados da população mundial atual, não uma taxa de consumo excessivo. Mas as ordens de magnitude são superiores ao atual desperdício direto anual de alimentos, estimado em 1,3 bilhões de toneladas.
O impacto desproporcional do desperdício metabólico de alimentos cresce quando seus custos ecológicos são calculados. Frutas, vegetais, raízes e tubérculos têm as maiores taxas de desperdício direto, mas o consumo excessivo de energia é dominado por alimentos mais densos em calorias. Que, normalmente, implicam mais terra, água e gases de efeito estufa em sua produção.
A estimativa é que o aumento do desperdício metabólico de alimentos no mundo gere o equivalente a 240 bilhões de toneladas de CO2. Essa é aproximadamente a quantidade de dióxido de carbono que a humanidade liberou queimando combustíveis fósseis nos últimos sete anos. Notavelmente, a UE, a América do Norte e a Oceania juntas contribuem tanto para essa estimativa quanto o resto do mundo combinado, com carne, ovos e laticínios representando 75% dessas emissões.
Os números não mentem: comer demais faz mal à saúde do nosso planeta, não apenas à nossa. E o consumo excessivo de produtos de origem animal pelas populações ocidentais é provavelmente o maior contribuinte para o desequilíbrio ambiental provocado pelo homem.
