A realidade aumentada integra o mundo virtual ao mundo real através de câmeras e sensores, levando as pessoas a terem experiências lúdicas e interativas. Ela impacta na sua mobilidade, nos seus gestos, na sua capacidade de estudo e como você se conecta socialmente com outras pessoas.
Em um novo estudo liderado pela Universidade de Stanford, os pesquisadores descobriram que, depois de as pessoas terem uma experiência em realidade aumentada (RA) com um óculos de imersão, suas interações no mundo físico também mudaram, mesmo com o dispositivo removido. Por exemplo, as pessoas evitavam se sentar em uma cadeira que tinham acabado de ver uma figura virtual sentar. Os pesquisadores também descobriram que os participantes pareciam ser influenciados pela presença de uma pessoa virtual de um modo semelhante ao que seriam se uma pessoa real estivesse ao lado deles.
Diferenças entre realidade virtual e realidade aumentada
Enquanto a realidade virtual tenta simular um ambiente real, a tecnologia de realidade aumentada coloca camadas de informações digitais sobre o ambiente físico do usuário. Nos últimos anos, muitas empresas de tecnologia se concentraram no desenvolvimento de óculos de realidade aumentada e outros produtos, assinalando uma tendência nova no mercado.
Esses dispositivos podem projetar uma versão realista em 3D de uma pessoa real no ambiente físico dos usuários. Isso permite que grupos de pessoas em todo o mundo façam contato visual e se comuniquem de forma não verbal de outras maneiras diferenciadas, superando as expectativas de videoconferências, por exemplo.
Pesquisando efeitos da RA
Para examinar como a RA afetou a forma como as pessoas se comportavam em situações sociais, os pesquisadores recrutaram 218 participantes e conduziram três estudos. Nos dois primeiros experimentos, cada participante interagiu com um avatar virtual chamado Chris, que se sentava em uma cadeira real na frente deles.
O primeiro estudo replicou uma descoberta tradicional de psicologia conhecida como inibição social. Assim como no mundo real, as pessoas também desempenham tarefas complexas com maior dificuldade quando um avatar virtual as está observando. Os participantes do estudo completaram anagramas fáceis com mais rapidez, mas tiveram um desempenho ruim nos complexos quando o avatar Chris estava visível pela RA.
Outro estudo testou se os participantes seguiriam os sinais sociais aceitos ao interagir com o avatar Chris. Isso foi medido rastreando se os participantes se sentariam na cadeira em que o avatar Chris estava sentado.
Os pesquisadores descobriram que todos os participantes que usavam o aparelho RA sentaram-se na cadeira vazia ao lado de Chris, em vez de ficarem sentados no avatar. Dois participantes tiraram seus óculos de RA antes de escolher seu assento, 72% ainda optaram por sentar na cadeira vazia ao lado de onde Chris estava sentado anteriormente.
Conexões sociais afetadas
Estes resultados destacam como a realidade aumentada se integra ao seu espaço físico, afetando a maneira como você interage com ele. A presença de conteúdo RA também parece se prolongar depois que os óculos são retirados.
No terceiro estudo, os pesquisadores examinaram como o RA afeta a conexão social entre duas pessoas que estão conversando enquanto uma delas usa um essa tecnologia. Os pesquisadores descobriram que aqueles usando os óculos relataram se sentir menos conectados socialmente ao seu parceiro de conversação.
Essas informações nos ajudarão a examinar mais detalhadamente os efeitos da realidade aumentada. Apesar de todo os custos e benefícios psicossociais do uso da RA ainda não terem sido mensurados, ela já é utilizada tanto na indústria do entretenimento, no ensino, design de produtos, ações de marketing ou em treinamento e suporte em plantas industriais. Seu impacto na nossa capacidade de interpretar o mundo deve ser estudado com atenção.