A Europa construirá uma rede de satélites para monitorar as emissões de dióxido de carbono no mundo. O ambicioso projeto será desenvolvido pela empresa alemã OHB-System, que recentemente assinou contrato de 445 milhões de euros com a Agência Espacial Europeia para dar início à empreitada.
Localizando gases do efeito estufa, os satélites europeus poderão ajudar países do mundo inteiro a avaliar os níveis de suas emissões de carbono, fornecendo-lhes dados. O compromisso da OHB-System é permitir o rastreamento de dióxido de carbono na atmosfera a cada dois quilômetros, ao longo de faixas mínimas de 250 quilômetros. Com condições climáticas adequadas, os satélites poderão gerar um mapa global sobre as emissões a cada cinco dias.
A missão está sendo chamada de CO2M, sigla para seu nome oficial, Copernicus Anthropogenic Carbon Dioxid Monitoring. Faz parte do programa de observação Copernicus Earth, da União Europeia. O primeiro satélite da CO2M deverá ser lançado em 2025, seguido de um segundo e, possivelmente, um terceiro.
A intenção da missão é contribuir para que nações cumpram seus compromissos de monitoramento e redução de emissão de carbono firmados no Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países e ratificado por 147. Os satélites terão sensores que lhes permitirão diferenciar emissões de carbono por seres humanos daquelas ocorridas em processos naturais.
O programa Copernicus Earth é executado por satélites chamados Sentinels, que monitoram todo tipo de evento, desde o estado de plantações até danos causados por terremotos. Seis Sentinels já estão em órbita.
Embora ressaltando a importância de todos os Sentinels, o CEO da OHB-System, Marco Fuchs, afirmou à BBC que, devido à urgência da crise climática, “a CO2M será um farol do Copernicus, sua missão mais visível”.